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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fernando Pinto do Amaral é o novo comissário do Plano Nacional de Leitura

«Fernando Pinto do Amaral, poeta, crítico literário e professor universitário, é o novo comissário do Plano Nacional de Leitura, tal como o PÚBLICO já tinha avançado. A nomeação foi feita hoje em Conselho de Ministros e destina-se a substituir Isabel Alçada que aceitou ser ministra da Educação.» Ler no Público.

«O poeta e professor universitário Fernando Pinto do Amaral, 49 anos, foi hoje confirmado pelo Conselho de Ministros na função de coordenador do Plano Nacional de Leitura (PNL), em substituição de Isabel Alçada, actual minstra da Educação.» Ler no Diário Digital.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PNL vai pôr voluntários a ler em voz alta em escolas

«O Plano Nacional de Leitura (PNL) e o Observatório da Língua Portuguesa (OLP) vão desenvolver um projecto de voluntariado para estimular a leitura em parceria entre adultos e crianças, em instituições como escolas e bibliotecas.» Ler no Diário Digital.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O plano Nacional de leitura em balanço

Já está disponível online estudo de balanço do Plano Nacional de Leitura. Para ler aqui. Os restantes estudos do PNL estão disponíveis aqui.
Via Alcameh.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Balanço do 2º ano do Plano Nacional de Leitura

O Governo colocou online o seu balanço do 2º ano do Plano Nacional de Leitura. Para ler aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eduardo de Freitas comenta o Plano Nacional de Leitura

Eduardo de Freitas escreveu um artigo a comentar o Plano Nacional de Leitura, com o propósito de ser publicado no jornal Público. Fazendo o agradecimento público ao autor, publicamos, com a sua autorização, o texto referido:

«Conhecem-se agora os primeiros resultados da avaliação externa do Plano Nacional de Leitura (PNL). De acordo com a imprensa escrita (vd. Público, 23/Out. pp., pp. 2-4) foi realizado um inquérito on-line a 828 agrupamentos de escolas de modo a avaliar as consequências junto dos alunos da aplicação desde há dois anos lectivos, do consignado no Plano em matéria de promoção de hábitos de leitura (A. Firmino da Costa et al., CIES/ISCTE, Out. 2008). Os dados vindos a público revelam-se em geral muito positivos. A grande maioria das escolas inquiridas - percentagens sempre acima dos 50% (com duas excepções) e frequentemente nas casas dos 70 ou 80% e mais - afirmam que se registou melhoria quanto à “intensificação das práticas de leitura dos alunos”, ao “desenvolvimento/melhoria de competências e resultados”, ao “aumento do interesse/gosto pela leitura”, ao “aumento de frequência de utilização de bibliotecas escolares”.

Os dados mostram assim que as escolas (e os seus professores) fazem da aplicação do PNL uma ideia tendencialmente muito favorável.

As escolas são os veículos das acções e tarefas que dão corpo ao PNL o qual é em termos gerais uma medida política louvável, posto que prossegue o objectivo último de fomentar o gosto, a necessidade e a utilidade da leitura numa população escolar que grosso modo replica os hábitos de uma população (a do país) que se sabe ser relativamente relapsa a tais hábitos.

A avaliação realizada, consubstanciada nas respostas dadas, deriva de quem está incumbido e tem a responsabilidade de aplicar o objecto da avaliação: actores e avaliadores confundem-se/sobrepõem-se no plano da produção da resposta.

Ora, sendo, por outro lado, a prática da leitura uma actividade socialmente reconhecida e valorizada, aquela sobreposição leva a colocar a questão de haver por parte de quem responde uma tendência espontânea e “natural”, e independentemente da vontade de se ser objectivo, para uma declaração que sobre-estima a favorabilidade dos resultados obtidos com a aplicação do Plano.

Há, de resto, um conjunto de dados, de entre os publicados, que talvez indicie o que se acaba de referir. No quadro respeitante às “principais dificuldades/obstáculos à concretização das actividades nas escolas”, cerca de 50% delas, para qualquer dos quatro níveis de ensino, indicam haver “escassez de recursos”. Como compatibilizar este resultado com os da “intensificação das práticas de leitura” na “sala de aula” e na “escola, no âmbito de outras actividades”, em que, para o mesmo ano, se contam entre 70% a 90% de escolas a declararem que essa intensificação foi “muito significativa” e “bastante significativa”? Claro que se podem admitir interacções deveras eficazes através das quais se conseguem avanços significativos mesmo com escassez de recursos. Seja como for, vale pena deixar a interrogação.

Dito isto, a avaliação feita parece ser tão-só uma parte de uma avaliação completa. Para cumprir esta, surge como passo necessário a inquirição daqueles que foram alvo das acções promotoras do gosto e da utilidade da leitura, ie, os alunos eles-mesmos. O que dizem, o que pensam, quais as opiniões e atitudes sobre a intervenção operada, é uma recolha de informação que comporta importância similar à já realizada. A dificuldade prática desta inquirição, desde logo pela grande onerosidade da mesma se se pensar na muito vasta população a atingir, não impede a opção por uma recolha de dados feita para casos-tipo de escolas a seleccionar em função de critérios adequados. Seria do cruzamento e da análise dos dois conjuntos de dados, o dos oriundos das escolas e o dos alunos, que uma avaliação mais cingida à realidade dos factos poderia surgir. Aqui fica a sugestão.»


Eduardo de Freitas, sociólogo
(Out. 2008)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Livrarias dizem que vendem mais livros, mas não atribuem essa subida ao PNL

«Há livros que vendem bem e não estão no plano e outros que já vendiam bem antes do plano. Nas lojas, não é atribuído ao PNL o facto de se venderem mais livros.»

Mais uma peça de Bárbara Wong, na página 4 do Público de hoje.

A leitura está a ganhar cada vez mais espaço nas escolas

É este o título da peça de Bárbara Wong, que relata as mudanças ao nível do comportamento de leitura das crianças: «As crianças estão a ler mais e isso contribui para a melhoria dos seus resultados escolares, dizem as escolas em inquérito de avaliação do Plano Nacional de Leitura». Para ler na edição online.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Câmara Clara, por Carla Maia de Almeida

O debate do passado domingo no programa Câmara Clara, protagonizado por Francisco José Viegas e Isabel Alçada continua a ser falado na blogosfera. Desta feita é Carla Maia de Almeida, jornalista e escritora, que o comenta no seu O Jardim Assombrado, deixando no ar algumas dúvidas quanto aos critérios para atribuição do selo do PNL:

«Achei muito elucidativo o último “Câmara Clara”, onde se falou do Plano Nacional de Leitura. Só não percebo uma coisa: se, como afirmou Isabel Alçada, os responsáveis fazem (cito) “quando muito, análises de livros” e não de autores, por que razão aparecem livros etiquetados com o selo do PNL mal acabam de ser editados? Serão os senhores das gráficas que os analisam? Os livreiros? Sejamos concretos: a Presença faz isso. E garante que não age à revelia do PNL, que na sua listagem de obras recomendadas tem uma nota de rodapé a esclarecer os professores: “Os títulos que pertencem a uma colecção podem ser substituídos por outro título do mesmo autor e da mesma colecção.” A Presença entende que este critério se aplica mesmo aos livros acabados de sair. Eu não interpreto assim. Quer dizer: então basta um autor escrever um novo título para a mesma colecção, para o ver automaticamente incluído no PNL. Mesmo que seja de qualidade inferior ao antecedente. Em que ficamos? Isto é abrir um precedente grave. Se todas as editoras decidem fazer o mesmo, passamos a alucinar com milhares de rodelinhas brancas na livrarias. Então, para que serve o PNL? »

Câmara Clara comentada por Sara Figueiredo Costa

Sara Figueiredo Costa, no seu Cadeirão de Voltaire, comenta a última emissão de Câmara Clara (ver excerto abaixo), na qual Francisco José Viegas e Isabel Alçada protagonizaram um aceso debate sobre o PNL, nomeadamente sobre a necessidade de existência (ou não) de um cânone (sublinhados nossos):

«O vídeo da emissão de ontem do Câmara Clara já está disponível no site e vale a pena acompanhar a discussão entre Francisco José Viegas e Isabel Alçada a propósito do Plano Nacional de Leitura. Com o avançar da conversa, percebe-se onde é que as coisas se separam: para Isabel Alçada, o importante é que os miúdos leiam, porque só assim podem ganhar hábitos de leitura. Certo. Mas FJV levanta a problemática das escolhas, questionando, de um modo mais ou menos directo, os critérios que presidiram à definição das listas do PNL. Isabel Alçada assegura que não há livros mal escritos ou com erros. FJV insiste na necessidade de se pensar noutros critérios. E o espectador, pacatamente sentado no sofá, percebe que não houve outros critérios, ou pelo menos outros critérios directamente relacionados com a existência de um cânone, quando Isabel Alçada pergunta 'E quem é que define esse cânone?', desvalorizando o peso dos clássicos e a selecção do tempo e contrapondo à presença do cânone numa escolha do tipo do PNL a importância de dar a ler tudo, para os miúdos lhe ganharem o gosto. Subjacente a isto, e não radicalizando demasiado a qualidade do que se dá a ler (o que implicaria impedir, ou evitar, leituras menos boas, e isso parece-me obviamente pouco produtivo) fica uma ideia muito pobre do que subjaz à promoção da leitura e uma dúvida: se os miúdos só lerem manuais de instruções da Playstation até aos dez anos serão capazes de, algum dia, ler qualquer outra coisa? É uma leitura como qualquer outra, pelo que, seguindo esta lógica, devia estimular o gosto e o hábito de ler. Estimulará? Do mesmo modo, um miúdo que cresce sem qualquer acesso (adaptações incluídas) aos 'clássicos' (sim, os do cânone), algum dia terá capacidade para os ler?»



segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PNL: "Um novo livro para cada novo leitor"

Ver aqui, aqui e aqui.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ministério da Educação oferece livro

O Ministério da Educação (ME) vai oferecer um livro a todos os 115 mil alunos do 1.º ano de escolaridade, no início do próximo ano lectivo, numa iniciativa que pretende assinalar o início da vida escolar dos alunos, incentivando, desde cedo, o gosto pela leitura.

É dessa forma singela que o ME convida todos os editores com livros no Plano Nacional de Leitura a apresentarem uma proposta de fornecimento de livros para essa faixa etária.

A proposta deverá incluir a distribuição nos 1500 agrupamentos escolares.

Mais informações no Ministério da Educação e no Plano Nacional de Leitura.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Rede Aga Khan assina com Governo protocolo de apoio ao Plano Nacional de Leitura

«A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, que agrega sete agências de diferentes áreas, assinou hoje com o Governo português um protocolo de apoio ao Plano Nacional de Leitura que tem a duração de três anos. Segundo o protocolo, a Rede Aga Khan apoiará 300 escolas do ensino infantil e pré-escolar através da compra para as respectivas bibliotecas de livros no valor de 150 mil euros. Este protocolo é válido nos mesmos termos para 2009 e 2010»

Mais desenvolvimentos no Público.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ler + dá saúde

«A leitura encontrou mais um aliado. O Plano Nacional de Leitura tem mais um programa para que os livros se aproximem dos mais pequenos. O projecto "Ler + dá saúde" pretende envolver os profissionais de saúde na promoção da literacia precoce ao incentivar a leitura partilhada em família, sobretudo com crianças dos seis meses aos seis anos. Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, adianta que estão já inscritos cerca de 40 centros de saúde de todo o país»

Mais desenvolvimentos aqui.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Eurobarómetro

Foi recentemente apresentado o «Barómetro da Opinião Pública: Atitudes dos portugueses perante Leitura e o Plano Nacional de Leitura», do ISCTE, que esteve a cargo de António Firmino da Costa, Elsa Pegado e Patrícia Ávila.

De entre as inúmeras coisas a reter (o relatório tem 14 páginas), saliente-se:

- 95% dos portugueses consideram a leitura importante (em qualquer um dos seus domínios), mas só 78% a considera importante para a sua vida;
- 86,6% das pessoas evidencia a leitura de SMS, e somente 54,4% referem os livros;
- 8% considera que se lê mais em Portugal do que noutros países da Europa, ou enganou-se a preencher este campo;
- 58% das pessoas confessa gostar de ler, sendo que as mulheres ajudam à taxa com 60%, face aos 56% dos homens;
- 78,8% considera a leitura útil, face aos 44,3% que a consideram um hábito;
- 49% das pessoas dizem ter boas capacidades de leitura, face aos 12% que reconhecem não ter nenhumas capacidades de leitura;
- 27% das pessoas já ouviu falar do PNL;
- Os grupos mais informados sobre o PNL situam-se entre os 30 e os 50 anos;
- Apesar disso quase todos consideram muito importante ou importante (96%);
- A maior parte das pessoas ainda atribui a função de «educar para a leitura» às escolas.

sábado, 19 de abril de 2008

Plano Nacional de Leitura - alguns dados

«A maioria dos portugueses considera que a leitura é útil, que tem vindo a crescer nos últimos dez anos e que é importante para as sociedades actuais. Estes são algumas das conclusões hoje apresentadas pelo Relatório de Avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL), estudo liderado pelo sociólogo António Firmino da Costa, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). O PNL completa um ano este mês.»

Mais desenvolvimentos no Público.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Isabel Alçada e o livro infantil

«A literatura infantil vai hoje mais ao encontro do gosto dos adultos, há mais famílias a comprar livros, há bibliotecas que adquirem mais obras e as editoras têm mais recursos para apostar em edições com maior qualidade»

A propósito do dia mundial do livro infantil, veja-se a opinião da comissária do PNL sobre este segmento de mercado. Na página de Cultura da RTP.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Tudo a ler

«A segunda edição da iniciativa «Tudo a Ler», no âmbito do Plano Nacional de Leitura, distribui a partir desta semana mais de 10.500 livros que vão preencher as prateleiras de 63 novas bibliotecas escolares.

A iniciativa, uma acção de responsabilidade social do Continente na área da Educação, pretende distinguir três escolas na área de influência de cada um dos seus hipermercados»

Para ler no Diário Digital.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Plano Nacional de Leitura

Hoje, no DN, uma entrevista a Isabel Alçada, comissária do PNL, conduzida por Pedro Sousa Tavares, sob o título "Temos um milhão a ler nas aulas".

Alguns excertos:

E já é possível quantificar o impacto de todas essas dinâmicas nos alunos?
Sim. Temos mais de um milhão de crianças e jovens a ler permanentemente na sala de aula. O que o plano fez foi distribuir recursos e incentivar as escolas a comprar livros para o trabalho. O Ministério da Educação disponibilizou um milhão e meio de euros, mas nós dobrámos o orçamento logo no primeiro ano com a adesão das câmaras municipais. Neste momento já são mais de cem.

(...)

... um estudo ligado ao PNL revelou que faltam às escolas instrumentos para avaliar a qualidade da leitura. É preciso fomentar essa avaliação?
Sem dúvida. Os docentes devem avaliar os seus alunos em todos os domínios, mas a leitura às vezes confunde-se com a escrita. E deveria ser avaliada em si mesma. O progresso na leitura: a compreensão, a fluência, a rapidez. O professor tem de ver se o aluno está a progredir bem. E se não estiver tem de ajudá-lo. O PNL fixou horas mínimas para a leitura em sala de aula.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Concurso “BiblioFilmes – Livros, Bibliotecas, Acção!”

«No âmbito do Plano Nacional de Leitura lançado pelo Governo de Portugal, um grupo de professores decidiu criar um concurso que pretende lançar um desafio à comunidade da Língua Portuguesa a fazer um "filme" (em vídeo ou telemóvel) a contar a sua história e provar o quanto gostam da sua biblioteca e/ou de um livro.»

Mais desenvolvimentos aqui e aqui.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Plano Nacional de Leitura. Avaliação, resultados e estatísticas

Hoje, no Público, página 2 e 3 (secção destaque), um especial de Bárbara Wong sobre os resultados do Plano Nacional de Leitura e algumas estatísticas.

ARTIGO 1 “José Sócrates anunciou investimento de cinco milhões de euros para que todas as escolas tenham biblioteca escolar até ao final do ano lectivo"

Os portugueses estão a ler mais do que há dez anos atrás. Lêem mais jornais, revistas e livros, mas ainda assim não lêem o suficiente quando se compara com outros países europeus. Em dez anos, o número de leitores de livros aumentou sete por cento e o de jornais quase 20 por cento, diz o estudo A Leitura em Portugal que será hoje divulgado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no âmbito do congresso de avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL).

Este ligeiro aumento do número de leitores ainda fica "aquém" do espectável, considera a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Por isso, o Governo vai continuar a investir quer no PNL, quer na rede de bibliotecas escolares.

O investimento foi anunciado pelo primeiro-ministro José Sócrates: até ao final do ano lectivo, todas as escolas do ensino básico estarão integradas na rede de bibliotecas escolares, o que implica um investimento de cinco milhões de euros, noticia a Lusa.

O Ministério da Educação vai investir 1,5 milhões de euros no apetrechamento de bibliotecas com livros, e as autarquias investirão outros 1,5 milhões de euros com o mesmo fim. A rede de bibliotecas nas escolas básicas vai ser concluída com a construção de 130 novos espaços e em 17 secundárias serão renovadas as bibliotecas. Nos últimos dez anos, foram criadas 1880 bibliotecas, 847 no 1.º ciclo e 1033 nos restantes, tendo sido investidos 33,5 milhões em recurso técnicos e docentes.

Maria de Lurdes Rodrigues elogiou o trabalho do Gabinete de Bibliotecas Escolares, com poucos recursos humanos e sob a "liderança segura" de Teresa Calçada, desde que foi criado, há dez anos. "Dou os parabéns à coordenadora, mas também ao ministro da Educação de então [Marçal Grilo] e aos seguintes, que foram respondendo pela política educativa".

Para José Sócrates, as bibliotecas "favorecem o acesso de todos aos livros e à leitura, a escola fica mais completa e serve melhor os alunos e, se forem organizadas segundo um padrão nacional, reduzem as desigualdades e as assimetrias".


Bibliotecas em meio rural
Fazendo referência a um dos estudos que serão hoje apresentados, Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, diz que as bibliotecas escolares têm maior importância nos meios rurais, provavelmente porque nos urbanos há mais recursos. Contudo, segundo o inquérito aos Hábitos de Leitura da População Escolar, a importância da biblioteca escolar vai diminuindo à medida que os alunos vão crescendo em idade e exigências de leitura.
Os estudantes vão à biblioteca para procurar livros, mas o seu número diminui drasticamnente do 2.º ciclo para o secundário, onde apenas 12 por cento dizem recorrer àquele espaço para esse efeito. A biblioteca serve também para preparar trabalhos escolares. Para isso, é procurada por 35 por cento dos alunos do 2.º ciclo, 23 por cento do 3.º e 21 por cento do secundário. Em sentido contrário sobe o uso da Internet, que é mais procurada pelos do secundário (22 por cento).

Também o estudo A Leitura em Portugal, coordenado por Maria de Lourdes Lima dos Santos, do Observatório das Actividades Culturais, sobre os hábitos de leitura dos portugueses, se debruça sobre o uso da biblioteca. No universo de 2552 inquiridos, foi criada uma subamostra de 737 pais e encarregados de educação que dizem que, em 36,5 por cento dos casos, os seus filhos nunca frequentaram a biblioteca escolar e 50,6 nunca foram à biblioteca municipal. Porque não o fazem? Porque têm outras maneiras de aceder aos livros, respondem.

No entanto, os que frequentam consideram que a biblioteca pode estimular a leitura dos filhos de várias formas porque tem uma selecção adequada de livros para as suas idades, oferece condições para desenvolver trabalhos escolares e tem um ambiente atractivo.No entender de Isabel Alçada, ainda há muito trabalho a fazer, porque "a leitura não é só para a escola, mas é essencial para a vida", conclui a coordenadora do PNL.


ARTIGO 2: "Estudantes crescem e tornam-se leitores menos entusiasmados"


Gostam de ler. Não o fazem só por obrigação escolar, mas porque gostam de livros de aventuras, banda desenhada... E romances, dizem os mais velhos. As raparigas parecem gostar mais do que os rapazes, para quem a leitura é um aborrecimento

Ao contrário do que diz o senso comum, os estudantes não são tão maus leitores quanto isso. Lêem, gostam de ler e não lêem pouco, diz o estudo sobre os Hábitos de Leitura da População Escolar, coordenado por Mário Lages, da Universidade Católica Portuguesa, que é hoje apresentado na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

É no 2.º ciclo, quando os estudantes estão no 5.º e no 6.º anos, que aparentam ser leitores mais entusiasmados. Lêem livros juvenis, de aventuras, banda desenhada, mas gostam menos de romances. São os mais velhos, os alunos do secundário, quem dedica mais tempo a este género literário.
Se, no 2.º ciclo, nove em cada dez alunos dizem que gostam de ler, no secundário apenas três em cada dez confessam "gostar muito", revela o inquérito do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Católica. A análise foi feita com base em cinco inquéritos realizados a cerca de 24 mil alunos do 1.º ao 12.º anos, em Portugal continental, no final de 2006 e princípio de 2007.

"É nos primeiros anos que se formam atitudes e comportamentos face à leitura, os quais irão condicionar em grande medida o futuro gosto de ler", escreve-se no capítulo das conclusões. E embora, nos primeiros anos, além da leitura, as crianças tenham outras actividades muito diversificadas que combinam o físico e o intelectual, o que se observa é que, 61 por cento dos meninos dos 3.º e 4.º anos confessam que "gostam muito" de ler. É no 2.º ciclo, quando já sabem ler bem e compreender o que está escrito, que os alunos se entusiasmam com a leitura: 90 por cento diz "gostar muito ou assim-assim de ler" - é a percentagem mais elevada dos quatro níveis de ensino. Apenas quatro por cento não dedicam nenhum tempo diário à leitura de livros não escolares, jornais ou revistas. Os pré-adolescentes manifestam uma atitude positiva e associam à leitura conceitos como "imaginação, aprendizagem, diversão, prazer e utilidade".

Contudo, estes dados são vistos com alguma precaução pela equipa de Mário Lages, que considera as respostas dos alunos um pouco inflacionadas. "Estes alunos já entendem qual o papel do inquirido e o que dele é esperado", justifica. No entanto, cabe à família, à escola e ao grupo de pares não deixar esmorecer o entusiasmo que sentem por um "novo mundo", recomenda o estudo.

Chegados ao 3.º ciclo, os valores caem: há 29 por cento dos inquiridos que dizem "gostar pouco ou nada de ler". Quase 3/4 não leram outros livros que não os escolares, mais de metade não tinha lido sequer os escolares e cerca de um terço não leu jornais ou revistas, no último ano. E o desinteresse vai crescendo à medida que passam de ano, ou seja, é maior no 9.º do que no 7.º ano.

No caso do ensino secundário, verifica-se um movimento inverso: o gosto cresce quase exponencialmente dos que desejam ficar pelo 12.º ano até aos que pretendem chegar ao doutoramento, revela o inquérito. Portanto, são estes últimos que mais gostam de ler. No secundário, 29 por cento dizem que "gostam muito" de ler e, entre estes, há cinco por cento que se confessam viciados na leitura.

Em todos os ciclos, as raparigas revelam-se mais interessadas na leitura do que os rapazes e despendem mais tempo com esta actividade. Para elas, ler está a associado ao desejo de conhecer coisas novas, de aprender e de se divertir; para eles, é um aborrecimento, fazem-no com esforço, por dever e consideram que é uma inutilidade.

As crianças e jovens gostam de falar sobre o que lêem com a mãe (46 por cento), um amigo (41 por cento), os irmãos (26 por cento), o pai (25 por cento), o professor (oito por cento) e o bibliotecário (2 por cento). A intervenção da família revela-se importante. O estudo mostra que são os pais com maior escolaridade que inculcam o gosto e o hábito de leitura aos mais novos.

Dois em cada três estudantes diz ter entre 20 a 100 títulos e apenas nove por cento referem ter mais de 500 livros. O estudo aponta que o não gostar de ler resulta de uma ausência de livros em casa, mas também de incentivo, de utilização de espaços de leitura e troca de livros.

Os professores têm um papel importante, sobretudo junto dos alunos de famílias com menos recursos e nos meios rurais, "possivelmente" onde há menor oferta cultural. B.W


ARTIGO 3: "Plano Nacional de Leitura "globalmente positivo" "
O balanço do Plano Nacional de Leitura (PNL) é "globalmente positivo", sobretudo no que diz respeito à adesão das escolas e autarquias. Todos os actores envolvidos são da opinião que o projecto deve continuar, apontam os resultados da Avaliação Externa do PNL, feita pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE), coordenado por António Firmino da Costa. O estudo é hoje apresentado na Gulbenkian, em Lisboa.

A adesão das escolas ao PNL é positiva: 7500 (incluindo jardins-de-infância e escolas de 1.º e 2.º ciclos), o que corresponde a um milhão de crianças envolvidas. Também as bibliotecas públicas estão a trabalha projectos de promoção da leitura. Do ponto de vista financeiro, 676 escolas receberam reforço de orçamento para comprar livros para ler na sala de aula, num valor de cerca de um milhão e meio de euros. Cerca de 150 autarquias estabeleceram protocolos para apoio das escolas dos seus concelhos.

O CIES/ISCTE fez um inquérito a que responderam mais de 35 por cento das escolas. Para 83 por cento das inquiridas, o PNL é positivo para reforçar a promoção da leitura, nomeadamente na sala de aula.

A adesão dos alunos às actividades é avaliada como "forte ou muito forte" nos vários níveis de ensino. No inquérito, as escolas respondem que as actividades foram "muito favoráveis" ao incremento de práticas de leitura dos alunos, do seu interesse e das suas competências. Em cerca de 70 por cento, os professores terão notado progressos "parciais" dos alunos no domínio da leitura.

Mas os inquiridos também enunciam dificuldades. A saber: o tempo e os recursos disponíveis, que são considerados por 77 por cento das escolas como escassos. O CIES/ISCTE fez ainda estudos de caso em 17 escolas, 14 bibliotecas escolares, sete públicas e oito câmaras municipais. Nestes, os aspectos menos positivos que apontam são os atrasos na comunicação de iniciativas, críticas às listas de livros e a não inclusão de algumas escolas nos apoios financeiros.

E como é que o público em geral acompanha o PNL? Mais de metade dos inquiridos com ensino superior já ouviu falar (53 por cento), mas, à medida que a escolaridade diminui, decresce o número dos sabem o que é. Apesar disso, a opinião é unânime: um plano destes é "importante, ou mesmo muito importante, para desenvolver os hábitos e as capacidades de leitura dos portugueses". B.W.


ESTATÍSTICAS:
O que lêem os portugueses?
- Livros (1997): 53,4%
- Livros (2007): 56,9 [+3,5%]

- Jornais (1997): 69,4%
- Jornais (2007): 83%[+13,6%]

- Revistas (1997): 69,2%
- Revistas (2007): 73%[+3,8%]

- Não-leitores (1997): 12,4%
- Não-leitores (1997): 4,7% [-7,7%]


Quantos livros compraram no último ano
:
- 1 a 5: 32%
- 6 a 10: 8%
- >11: 4,9%
- Nenhum: 51,4%
- Ns/nr: 3,7%


Quem são os portugueses que lêem livros, jornais e revistas?
- Livros: 64,3% Mulheres
- Homens: 48,8% Homens

- Jornais: 91,2% dos homens
- Jornais: 75,6 das Mulheres

- Revistas: 62,4% dos homens
- Revistas: 82,7 das Mulheres

Por idades:
15-24 anos
- 73,8%: livros
- 79,1%: jornais
- 84,9%: revistas

25-34 anos
- 67,2%: livros
- 86%: jornais
- 80,6%: revistas

35-54 anos
- 54%: livros
- 86,7%: jornais
- 74,6 %: revistas

>55 anos
- 41,8 %: livros
- 78,7 %: jornais
- 57,2 %: revistas

Por Grau de escolaridade:
Até 2º ciclo
- 37,4%: livros
- 79,4 %: jornais
- 62,7 %: revistas

3º Ciclo
- 65 %livros
- 86 %: jornais
- 82,9 %: revistas

Secundário
- 74 %livros
- 86,6 %: jornais
- 81,9 %: revistas

Ens. Médio e Superior
- 89,1 %livros
- 85,9%: jornais
- 80,7 %: revistas

Total
- Livros: 59%
- Jornais: 83%
- Revistas: 73%


Actualmente que livros lêem?
- romances de amor: 18,1%
- Romances de grandes autores contemporâneos: 17,4%
- Policiais, espionagem, ficção científica: 17,2%
- Científicos, técnicos: 13,5 %
- Culinária, decoração, jardinagem, bricolagem: 10,6 %
- Escolares: 8,1%
- Banda desenhada: 7,2 %
- Ensaios políticos, filosóficos ou religiosos: 7%
- Viagens, explorações, reportagens: 6,4%
- Enciclopédias, dicionários: 5,7 %
- Infantis, juvenis: 3,2 %
- Arte. Fotografia: 2,1%
- Não lê livros: 43,1%

Quem não lê livros, revistas e jornais, o que é que lê?
- Contas, recibos: 78,5%
- Marcas e preços de produtos: 75,2%
- Indicações de folhetos de medicamentos: 62,8%
- Cartas ou recados: 61,2%
- Publicidade, anúncios: 61,2%
- Indicações de embalagens de alimentos e outros produtos: 59,5 %
- Formulários, documentos: 56,2%
- Receitas de cozinha: 31,4%
- Mensagens de telemóvel: 29,8%
- Conteúdos na Internet, troca de e-mails: 8,3%

Quem os incentivou a ler quando eram pequenos?
- Mãe: 69,4%
- Pai: 61,6 %
- Professores: 36,1 %
- Outros familiares: 19,7%
- Amigos: 2,6%
- Outras pessoas: 0,4%

Como evoluiu o gosto pela leitura?
- Aprender / cultivar-se: 37 %
- Gosto / Prazer: 32,4%
- Passatempo: 29,8%
- Manter-se informado: 21,9%
- Curiosidade / Interesse: 10,6%
- Outras razões: 10,4 %
- Não sabe: 0,4

Porque se deixou de gostar de ler? [sic]
- Desinteresse: 51,4%~
- Falta de tempo: 48%
- Saúde: 15%
- Outras razões: 9,2 %
- Não sabe :0,2%

O que fazem os portugueses no seu tempo livre
? (frequência diária ou quase)
- Ver televisão: 97,5%
- Ouvir rádio: 71,2%
- Ler jornais: 64,9%
- Ouvir música: 39,2%
- Usar Internet: 30,6%
- Ler livros: 17,3%
- Ver filmes: 9,5%
- Jogos electrónicos: 8,9%
- Jogar (Cartas, xadrez): 4.6%