O debate do passado domingo no programa Câmara Clara, protagonizado por Francisco José Viegas e Isabel Alçada continua a ser falado na blogosfera. Desta feita é Carla Maia de Almeida, jornalista e escritora, que o comenta no seu O Jardim Assombrado, deixando no ar algumas dúvidas quanto aos critérios para atribuição do selo do PNL:
«Achei muito elucidativo o último “Câmara Clara”, onde se falou do Plano Nacional de Leitura. Só não percebo uma coisa: se, como afirmou Isabel Alçada, os responsáveis fazem (cito) “quando muito, análises de livros” e não de autores, por que razão aparecem livros etiquetados com o selo do PNL mal acabam de ser editados? Serão os senhores das gráficas que os analisam? Os livreiros? Sejamos concretos: a Presença faz isso. E garante que não age à revelia do PNL, que na sua listagem de obras recomendadas tem uma nota de rodapé a esclarecer os professores: “Os títulos que pertencem a uma colecção podem ser substituídos por outro título do mesmo autor e da mesma colecção.” A Presença entende que este critério se aplica mesmo aos livros acabados de sair. Eu não interpreto assim. Quer dizer: então basta um autor escrever um novo título para a mesma colecção, para o ver automaticamente incluído no PNL. Mesmo que seja de qualidade inferior ao antecedente. Em que ficamos? Isto é abrir um precedente grave. Se todas as editoras decidem fazer o mesmo, passamos a alucinar com milhares de rodelinhas brancas na livrarias. Então, para que serve o PNL? »
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Câmara Clara, por Carla Maia de Almeida
Postado por Booktailors - Consultores Editoriais às 14:08
Marcadores: Opinião, Plano Nacional de Leitura, polémicas