Alberto Gonçalves deixa hoje no DN a sua opinião sobre as recentes declarações de António Lobo Antunes (referentes à aquisição da Dom Quixote por parte de Pais do Amaral).
«Não se trata de restringir os autores da Dom Quixote a vultos do nível de Lobo Antunes, os quais, de resto, não existem: há anos que o homem jura não haver ninguém, ninguém, ninguém no mundo a escrever como ele. O essencial é que o catálogo futuro da Dom Quixote mantenha o rígido patamar de qualidade que orientou o seu catálogo passado, isto é, que se fique por criadores da estirpe de um Milan Kundera ou de uma Ana Bola, de um Gore Vidal ou de uma Carolina Salgado, de um Philip Roth ou de uma Lídia Jorge.
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O fundamental é compreender que a literatura e o comércio não se confundem, e que cada exemplar vendido de Lobo Antunes ou Lídia Jorge representa uma ofensa que tamanhos génios fizeram tudo para evitar.»