Uma notícia do Diário Digital, que explora este interessante projecto, sob o título «Biblioteca Digital do Alentejo torna acessíveis obras raras».
Obras raras ou nunca antes publicadas, como os quatro tomos do manuscrito «Évora Illustrada», do padre Manuel Fialho, que contam a história da cidade até inícios do século XVIII, integram a Biblioteca Digital do Alentejo, hoje apresentada.
«É, talvez, a obra mais rara que temos, cedida pela Biblioteca Pública de Évora, em que o padre Manuel Fialho conta a história de Évora desde os primórdios e até ao início do século XVIII», explicou hoje à agência Lusa Ana Rita Costa, coordenadora da Biblioteca Digital do Alentejo (BDA).
A redacção da obra terá sido iniciada pelo padre jesuíta em 1690 e, hoje, os quatro tomos manuscritos (dois deles duplicados, com pequenas alterações introduzidas pelo autor) são «muito utilizados» por investigadores, sobretudo das áreas da História e da História de Arte.
«Dá pistas sobre construções e elementos patrimoniais que existiam na altura, alguns dos quais já desapareceram, e descreve todos os conventos e igrejas da cidade e tudo o que fazia parte do seu espólio. A maior parte dessas coisas foi retirada e está agora em museus«, disse.
Esta obra, que passa a poder ser consultada livremente por todos os interessados, através da Internet, na página da BDA (www.bdalentejo.pt), é um dos 320 livros digitalizados que, nesta primeira fase do projecto, já se encontram disponíveis on-line.
A BDA, desenvolvida através do Centro de Divulgação da História e da Sociedade do Alentejo (CEDISA) da Fundação Alentejo - Terra Mãe, foi hoje apresentada e lançada publicamente em Évora.
O projecto, segundo os promotores, é o único fundo documental virtual do Alentejo e a primeira biblioteca digital de expressão regional, sendo pioneiro para a valorização, preservação e difusão do património documental histórico-cultural da região.
Em especial, torna acessíveis obras raras e com interesse, de autores alentejanos e/ou temáticas referentes à região, permitindo a democratização e a promoção da igualdade no acesso ao conhecimento da história e cultura alentejanas.
«A grande vantagem deste projecto é, sobretudo, tornar acessíveis obras de difícil acesso. Qualquer pessoa com um computador ligado à Internet pode consultá-las», apontou Ana Rita Costa, destacando ainda que, desta forma, os originais são preservados.
Inicialmente, a BDA inclui obras de âmbito literário, científico, memorialístico e periodístico e, futuramente, deverá ser complementada com uma base de dados cartográfica, iconográfica e musicológica sobre a região.
«Todo o Alentejo está representado, mas o distrito de Évora, por enquanto, talvez seja o que tem mais obras, pois, um dos nossos grandes parceiros foi a Biblioteca Pública de Évora, que nos cedeu metade dos livros e manuscritos que digitalizámos«, afirmou.
Segundo a coordenadora, a »maior parte« do fundo disponibilizado são obras de literatura e monografias, nomeadamente sobre localidades alentejanas e estudos económicos e agrícolas, graças a um protocolo estabelecido com o Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa.
«Nesta fase, lançamos 30 teses de alunos alentejanos do ISA, desde meados do século XIX e até aos anos 30 do século XX, muitas ainda manuscritas e que são obras únicas», realçou, referindo que, no caso de alguns livros recentes sobre a região, em que se aplicam direitos de autor, apenas fica disponível parte da obra.
Para a concretização da BDA, foram ainda feitas parcerias com bibliotecas municipais e outros estabelecimentos de ensino, aguardando agora a coordenadora que mais instituições adiram ao projecto, assim como particulares que queiram ceder uma obra e respectivos direitos de autor.
A par da BDA, que deverá crescer a um ritmo de 100 a 150 livros digitalizados por ano, de acordo com as previsões da coordenadora, é também disponibilizado o Catálogo Bibliográfico do Alentejo, que contém dez mil registos (com a referência, mas sem o texto) de obras publicadas relativas à região.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Biblioteca digital do Alentejo
Postado por Booktailors - Consultores Editoriais às 01:25
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