«Lembro o cenário: uma casa tranquila onde os objectos essenciais eram a mesa de trabalho, um sofá, uma fotografia - e uma janela voltada para o mar. Estávamos na Ericeira e eu tinha combinado entrevistá-lo antes da edição de O Evangelho Segundo Jesus Cristo, em 1991. José Saramago escrevera e reescrevera o livro num videowriter, moderno na época; nessa tarde fez a primeira impressão do texto em papel. Tinha exactamente 444 páginas. Saramago era cuidadoso com os seus livros - entregava os originais quase irrepreensíveis, sem rasuras. E falava sobre eles com uma notável clareza, muito rara.» Ler no jornal i.