«O que leu no Tarrafal de marcante?
O Delfim, do José Cardoso Pires. El Siglo de las Luces, do Carpentier, que só entrou porque o padre deu autorização. Os Arquivos de Angola, com a transcrição dos documentos todos, Carta do rei do Congo, Carta de Doação de Dom Sebastião a Paulo Dias de Novais. Aqueles volumes sobre Portugal feitos pela Agência Geral, Alto Douro, Minho, com fotografias e as descrições todas, que eu não sabia nada de Portugal, nunca tinha visto.
Guimarães Rosa?
Só o Grande Sertão Veredas. Em certa altura eu ditava uns trechos pequeninos a partir do Grande Sertão e tinha um aluno da quarta classe que sabia de cor Guimarães Rosa. Dizia algumas daquelas frases. Eram tão bonitas que ele dizia.
Então usava-o para dar aulas?
Às vezes ditava frases como: "Soletrei anos e meio, meante a cartilha, memória e palmatória." E perguntava: "O que é que isso quer dizer?" "Quer dizer que o professor lhe batia."»
É procurar no P2 do jornal. Artigo de Alexandra Lucas Coelho.