quarta-feira, 13 de maio de 2009

Grandes grupos editoriais, por Lúcia Crespo (Jornal de Negócios de 04.05.2009)

«Grupo Leya
Uma colecção de editoras

O grupo Leya registou em 2008 um EBITDA de 20,4 milhões de euros, um a subida
de 226%face ao ano anterior.

A empresa alcançou um volume de negócios de 89,8 milhões de euros em2008, um crescimento de 1,2%face a2007, comunicou a empresa. “Cerca de dois milhões de euros [do EBITDA] provêm da Oficina do Livro, adquirida pela Leya, cujos resultados não estavam consolidados em 2007”, explicou, ao Negócios, fonte do gabinete de comunicação.

Para o crescimento dos resultados contribuiu também, “a optimização de custos nas diferentes áreas da empresa, da produção à reorganização de pessoal”. A Leya, marca nascida em Janeiro de 2008, inclui a ASA, Caderno, Caminho, Casa das Letras, Dom Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros d’Hoje, Oficina do Livro, Sebenta, Teorema e Texto. No total, o grupo detém 25%de quota de mercado nas edições gerais (não escolares).

Porto Editora
Negócio diversificado

No mesmo dia em que a Leya anunciava receitas de 89,8 milhões de euros em 2008, o Grupo Porto Editora divulgou um volume de negócios de 91,5 milhões euros registados no ano passado, um aumento de 5,5%face a 2007, cujo resultado consolidado foi de 86,7 milhões de euros. Diversificação das áreas de negócio, como a aposta na ficção, implementação de soluções multimédia, bons resultados da Areal Editores e da Lisboa Editora – que integram o grupo – e boas “performances” das editoras subsidiárias em Angola e Moçambique – foram as razões apontadas para o crescimento.

O grupo, além da Porto Editora, Lisboa Editora, Areal Editores, é formado pela Plural Editores Angola, Plural Editores Moçambique e Bloco Gráfico. A Porto Editora, por si só, concentrou a maioria das receitas, ao facturar 83 milhões de euros em 2008.

Bertelsmann
E se vendesse a Bertrand?

E se o alemão DirectGroup Bertelsmann, que detém as livrarias Bertrand, vendesse o seu negócio em Portugal? Será que os grandes grupos editoriais portugueses competiriam pela sua compra, para ficar comum a fatia do retalho, aumentando, assim, a concentração vertical? Especulações que surgiram depois de o grupo alemão anunciar a alienação de negócios nos Estados Unidos, Canadá, China, Reino Unido e Holanda. Mas as notícias sobre o alegado interesse do grupo em vender no País foram desmentidas à Lusa por MatthiasWulff, porta-voz da Bertelsmann. “Não está planeada qualquer venda em Portugal”, garantiu em Janeiro deste ano. Em Portugal, além de deter A marca Bertrand (editora, distribuidora e cadeia de livrarias), o grupo alemão é dono do Círculo de Leitores e das editoras Temas &Debates, Quetzal e grupo Pergaminho.»