terça-feira, 28 de abril de 2009

Conferência de imprensa da nova Feira do Livro de Lisboa

A conferência de imprensa, liderada pela organização da Feira e realizada no restaurante D. Gugu, um dos espaços de restauração que servirão a feira do Livro de Lisboa, decorreu num tom bastante informal e próximo. Com o objectivo de transformar a Feira do Livro de Lisboa no evento mais importante de livros e leitura, Rui Beja (presidente da APEL), João Espadinha (Presidente da Comissão das Feiras) e Eduardo Boavida (Director da Feira de Lisboa) apresentaram esta renovada feira do livro.



Notas mais importantes:

- Agradecimentos. Rui Beja agradeceu a todos os que estão a fazer da Feira um sucesso, nomeadamente os vários parceiros e a própria comunicação social tradicional e informal que já tem multiplicado notícias nos vários meios. Diga-se que existiam mais jornalistas na sala que cadeiras e press-kit para distribuir, o que mostra bem a adesão dos meios: imprensa escrita, rádio e televisão.

- O curto prazo para preparação da Feira. Os curtos três meses e meio que a organização teve para preparar a feira, sobretudo numa edição com tantas novidades, trouxeram um desafio acrescido a esta organização.

- Novos pavilhões serão o rosto da mudança. O sucesso dos pavilhões mede-se, segundo a organização, pelos números. Inicialmente 200, devido aos pedidos dos participantes, a organização foi obrigada a produzir mais 20. Isto face aos 170 pavilhões (125 participantes) do ano passado. Nenhum participante optou por utilizar o antigo pavilhão (o que seria permitido).

João Espadinha reconheceu que há sempre vantagens e desvantagens, tendo a organização feito um esforço para responder às exigências dos participantes, adequando as estruturas aos desejos destes, casos das áreas laterais que apenas foram colocadas por pedido dos participantes. A dimensão mais curta torna a feira mais fácil de instalar e arrumar, estando inclusive mais bem preparado para superfícies com declive (casos do Parque Eduardo VII e da Av. Aliados). Por permitir uma maior flexibilidade e personalização, espera-se que os editores possam assim comunicar (e vender) melhor com os leitores.

- Nova data para a realização da Feira:
(a): apesar de a intenção inicial ser que a Feira aproveitasse o dia mundial do livro, dado o tempo decorrido desde a autorização por parte da Câmara Municipal de Lisboa (CML), tal mostrou-se impossível, situação que foi colmatada com a criação da semana dos livreiros.

(b) Segundo Rui Beja, nenhum participante se manifestou contra a mudança de calendário da Feira.

(c) Estatisticamente, nada indica que não existem diferenças meteorológicas significativas entre o Mês de Maio e Junho.




- Os novos horários. A direcção da Feira está consciente que esta não é uma decisão pacífica, no entanto, e mesmo porque em edições passadas a afluência à feira à noite em dias semanais era fraca, defendeu que este seria o melhor horário. Houve vários editores que concordaram, outros que apresentaram soluções completamente novas ou simplesmente mistas, aproveitando aquilo que lhes pareciam os méritos da anterior e actual proposta. Para aqueles que gostam de passear pela feira à noite terão sempre os fins-de-semana:

(a) A vida citadina alterou-se e, com ela, os ritmos dos habitantes das mesmas. Segundo a direcção, abrindo-se assim o cenário para repensar as horas em que decorre a feira. As pessoas impossibilitadas de visitar a feira à noite, decerto abdicarão de uma refeição mais demorada para poder visitar a feira; os estudantes aproveitarão o facto de a feira abrir mais cedo para a visitar, conseguindo-se novos públicos.

(b) Este horário coaduna-se com a presença de escolas no recinto. Como trunfo desta realidade, a organização indicou que todos os dias 2 escolas, num total de cerca de 50 a 70 alunos por dia, visitarão a feira. Apesar de este não ser um público comprador, estar-se-á a trabalhar para criar uma boa recordação nas crianças, criando novos visitantes no futuro. Diga-se ainda que as bibliotecas terão uma grande acção nesta feira, com diversas bibliotecas de Lisboa e de fora do Concelho, casos de Torres Vedras, Tomar, Anadia, Alpiarça, Fundão, Portalegre, entre muitas outras.

(c) Inquérito realizado na última edição da Feira mostrou que as pessoas pediam alterações no horário – as que foram introduzidas.

(d) Quando confrontados com a hipótese de com a Feira fechar mais cedo, e perderem-se vendas, João Espadinha explicou que o maior número de vendas acontece ao fim-de-semana e, nesses dias, a Feira continua a fechar mais tarde.

- Os novos espaços da Feira do Livro de Lisboa. A APEL quer que esta renovada Feira do Livro seja um local onde se possa estar. Para isso foram criadas praças, dispersas em quase toda a parte do recinto, onde haverá animação constante e conforto. As praças serão diferenciadas (Central; Jovens; Brasil – país convidado; Infanto-juvenil) e terão programação própria e dirigida aos seus públicos.
Haverá uma míni-feira do Livro (na zona da Praça Infanto-Juvenil), com a construção de um recinto só para as crianças. Lá haverá actividades várias e servirá para introduzir as crianças no conceito «Viver a Leitura». Poderemos contar com o Magalhães e várias outras parcerias valiosas.



- Desfasamento de feiras de Lisboa e Porto. Este desfasamento temporal permitirá uma maior sinergia de actividades, por parte dos participantes e de toda a logística envolvida.

- Homenagem a Rogério Mendes de Moura. Reconhecendo a inegável perda de um editor que muito se dedicou ao nosso sector e ao associativismo (foi o último presidente do Grémio de Editores e Editores, o primeiro presidente da APEL), a organização tomou por bem levar a cabo uma sessão de homenagem a este editor desaparecido recentemente e que granjeou um elevado reconhecimento e consenso entre pares. No dia 1 de Maio.

- Participantes e pavilhões. 140 participantes, 220 pavilhões padronizados, 16 pavilhões diferenciados (LeYa), o habitual pavilhão diferenciado da Girassol.

- Brasil País Convidado. Rui Beja realçou a grande importância do Brasil, realçando o grande empenho da Câmara do Livro Brasileira e do Ministério da Cultura do Brasil. Este país terá programação cultural própria.

- Programação cultural. Contrariamente a anos passados, será muito intensa, havendo só da parte da organização cerca de 220 a 230 actividades. Os participantes esses, apresentarão cerca de mais 1400 actividades, entre lançamentos, sessões de autógrafos, e outros eventos. O que levou Eduardo Boavida a gracejar, dizendo que os editores são 7 a 8 vezes mais activos que a organização da Feira.

- Mudança de locais na Feira do Livro do Porto. Apesar de a conferência ser dedicada à edição de Lisboa, uma vez que ambas as feiras apresentam novidades, Rui Beja realçou uma vez mais que também no Porto as mesmas alterações serão respeitadas, com um acréscimo: haverá uma alteração do espaço onde decorre a Feira, a passar do Pavilhão Rosa Mota para a Avenida dos Aliados.

- Novo modelo de financiamento. A nova feira do Livro de Lisboa está assentada num novo modelo de financiamento. Se anteriormente, os editores eram proprietários dos próprios stands, neste momento existe um aluguer de longa duração. A propriedade dos pavilhões é da JIS, havendo ao fim de 4, 5 anos uma mudança completa dos pavilhões. Cada participante pagará 1600 euros pelo primeiro pavilhão e 1800 euros pelos subsequentes. A instalação, manutenção e desinstalação fica a cargo da JIS. Com este novo modelo, os editores não têm encargos associados à manutenção das estruturas (a cargo daquela empresa).

- Apoio da CML. A Câmara municipal de Lisboa apoiará a Feira através de um subsídio de 150.000 euros, além da habitual isenção de taxas de ocupação pública e demais actividades relacionados com a segurança, fiscalização, electrificação e higiene do espaço.

- Restauração. De forma a tornar a visita mais agradável, a Organização equipou a feira de um conjunto de restaurante. Para que “se possa estar”.
A Feira do Livro de Lisboa passará a ter instalações para todos os gostos e feitios. De restaurante onde se possa comer sentado, passando por espaços de self-service, snacks e, claro está, as bifanas e farturas.
Haverá, igualmente, mais instalações sanitárias.

- Expectativas. Apesar de realçar que é sempre difícil de calcular o número de visitantes da feira, pela própria tipologia do espaço, Rui Beja avançou um número ambicioso: 500.000 visitantes. Se não for possível este ano, que tal seja uma realidade em futuras edições.

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