domingo, 15 de fevereiro de 2009

Correntes D’Escritas – 10.ª Mesa: A literatura é o sentido último das coisas

«"A literatura é o meu sentido primeiro das coisas. Entre aquilo que leio e aquilo que escrevo. Correnteza de rio pelo caminho das pedras, até ao lugar onde as águas se misturam, se confundem, se fusionam, e só depois se separam, se alargam-alagam e nos contaminam…" O texto que Maria Teresa Horta escreveu, e leu hoje a propósito do tema "A Literatura é o sentido último das coisas", encantou o público, que encheu o Auditório Municipal para assistir à última mesa do Correntes D'Escritas. (...)

Hélia Correia "utilizou" o seu tempo para homenagear Maria Teresa Horta, pessoa a que está ligada por um "amor profundo". "É uma homenagem de uma leitora a uma escritora. Há sempre uma ovelha negra numa família. E como o Correntes D'Escritas é uma grande família, vou ser traquinas e fugir ao tema. A Maria Teresa Horta merece esta homenagem", explicou Hélia Correia.

José Manuel Fajardo brincou, dizendo que "Francisco Guedes e Manuela Ribeiro divertem-se a escolher temas provocatórios para as mesas. E este tema é incómodo, mas tudo o que é um incómodo é um estímulo." Fajardo explicou que "há 20 anos teria respondido sim ou não. Hoje tenho uma atitude mais maleável e digo que não sei se a literatura é o último sentido das coisas." (...)

"A filosofia é o último sentido das coisas, não fosse eu professor de filosofia…" brincou Miguel Real. Para o escritor não é possível conhecer a história de Portugal sem a literatura: "como conheceríamos a corte de D. Manuel sem a obra de Gil Vicente? Como saber quando a burguesia surgiu em Portugal sem 'Viagens da minha terra', de Almeida Garrett?"

Xosé Maria Alvarez Cáccamo contou que "a primeira coisa que fez quando me disseram o tema para esta mesa foi procurar o significado de último no dicionário." O escritor brincou afirmando que "não há sentido último das coisas, há um sentido primeiro que é o Big Bang." (...)

A Onésimo Teotónio de Almeida coube a última intervenção, com o humor característico do autor que arrancou gargalhadas ao público. "Será que nos tempos de crise que atravessamos a literatura é o que nos vai salvar?", perguntou Onésimo. (...)»

Para ler na íntegra o comunicado de imprensa do Pelouro da Cultura, clique aqui.

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