quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O (des)acordo ortográfico

Ler no DN. Excertos:

«Na véspera da entrada em vigor do Acordo Ortográfico num primeiro país [Brasil], Portugal continua sem uma data definida para a adopção prática das novas normas. A ideia divide opiniões e suscita paixões.

(...) Rui Breda, da Dom Quixote (que integra o grupo Leya), preferiu não tecer quaisquer comentários, uma vez que a editora "ainda não decidiu nada quanto ao acordo ortográfico". Uma posição partilhada por outros editores nacionais, que admitiram não ter sequer uma opinião formada.

Contudo, Paulo Teixeira Pinto, proprietário da Guimarães Editores e um dos signatários da Petição em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico, já decidiu como vai lidar com este assunto. "Desde o início que expus publicamente o critério a ser por nós seguido, qual seja o de respeitar, adoptando-a como nossa, a opção que sobre essa matéria seja feita por cada um dos nossos autores."

(...)nem todos os autores estão contra o controverso documento. Alguns até fazem questão de sublinhar os seus méritos. Lídia Jorge, por exemplo, admitiu que vai "tentar adoptar as novas regras em nome do futuro". Para a escritora, "a cultura portuguesa não vai perder absolutamente nada [com este acordo]. Até vai até ganhar". Contudo, do ponto de vista pessoal, sabe que vai "sentir uma perda".

José Rodrigues dos Santos é hoje um dos autores que mais vende em Portugal, e a sua escrita "adaptar-se--á imediatamente"
(...)
No espectro oposto encontram--se escritores como António Lobo Antunes ou Vasco Graça Moura. O eurodeputado foi o primeiro signatário da petição contra o Acordo Ortográfico, que vê como "uma perfeita barbaridade". Considera que a sua "aplicação será negativa para a maneira como se escreve no nosso país", e não deixará que nenhum dos seus textos "surja com a nova grafia".
(...)
Quanto a António Lobo Antunes, a sua posição também é contra a entrada em vigor das novas normas, definindo o Acordo Ortográfico como "uma estupidez". Garante que vai continuar "a escrever da mesma maneira". Por outro lado, o autor considera que o acordo se deve principalmente " a razões económicas e políticas" que têm origem no Brasil.»



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