quinta-feira, 15 de maio de 2008

Rosália Vargas e Vasco Teixeira na RTP-N

Ideias principais:

Nota prévia: A LeYa foi contactada para prestar declarações e estar presente naquele encontro, mas não aceitou;

- Confrontada com a pergunta directa do jornalista se iria haver Feira do Livro de Lisboa (FLL), a vereadora Rosália Vargas (RV) foi clara ao dizer que sendo a APEL "idónea", possuindo "grande experiência" e "tal como de sua directa responsabilidade" irá decerto levar a cabo a missão de realizar a Feira. A declaração da vereadora, longe de um elogio, teve como intenção responsabilizar a organização mandatada para a organização da Feira;

- À pergunta "A Câmara apoia ou não a Feira?", a resposta de RV foi que seria "um ponto em análise".

- RV deixou claro que a CML sempre se disponibilizou para auxiliar no que estivesse ao seu alcance, no sentido de conseguir um acordo que implicasse a participação de todos. Que é "isenta";

- RV defendeu a posição tomada com a suspensão da FLL, negando pressão de qualquer género e apresentando o argumento de que pretendem ter "presenças fortes" (leia-se autores) na Feira. É por aqui que será medido o interesse público da FLL;

- RV elencou de que forma a CML apoia a FLL: isenção de taxas de ocupação do espaço público; apoio à montagem de infraestruturas da FLL; fornecimento de serviços de limpeza; reforço de segurança; reforço de fornecimento de energia eléctrica e iluminação

- Vão existir duas Feiras? RV foi clara ao dizer que não podem haver duas feiras, ao mesmo tempo, no mesmo espaço.

- Questionando Vasco Teixeira (VT) que representou, e bem, a APEL (a propósito, e sem despeito pelo Engº Vasco Teixeira que foi claro como água nas suas intervenções... onde está o Dr. Baptista Lopes numa situação crítica como esta?), questionado sobre a questão de se valia a pena colocar em causa a Feira por causa dos stands, VT começou por esclarecer que era responsável por um "grande grupo" e que a Feira representava menos de 0,5% da sua facturação. E que por isso estava ali, representando a APEL sim, mas igualmente preocupado com os pequenos editores. E não teve meias palavras ao dizer que Paes do Amaral, dono de 23 stands da Feira em virtude das suas aquisições, não é menos importante que os pequenos editores.

- VT adiantou que a divergência da APEL é com o grupo LeYa, pela forma como este decidiu encetar negociações e não com a CML; Janeiro teria sido uma boa altura para falar sobre o modelo da Feira, agora já é tarde de mais. "Todos concordam que a feira está antiquada", apenas este não é o momento para estar a ter esse tipo de discussão. Adiantou ainda que que modernizar todos os pavilhões teria um custo na ordem dos 10 a 20 milhões, algo incomportável para a esmagadora maioria dos pequenos editores. Que a Porto Editora (PE) que facturava 84 milhões de euros conseguiria suportar este esforço, mais alguns editores também, mas a maioria seria excluída da Feira. VT manifestou gosto em participar numa Feira onde todos são «iguais».

- VT acentuou o carácter cultural da feira no sentido de permitir aos editores apresentarem os seus títulos. Não entram no Continente, mas entram na Feira de Lisboa. Realçou ainda o aspecto de a Feira, tal qual está, permitir o livre acesso de todos. Os que facturam 84 milhões de euros e os que facturam 10 mil euros.

- VT foi claro ao afirmar que o Grupo LeYa decidiu promover-se à custa da Feira do Livro, deixando uma vez mais no ar a ideia que a feira é dos livros, leitores e de todos os editores, independentemente da sua dimensão;

- O jornalista perguntou a VT se iriam reiniciar-se as clivagens entre as duas associaçoes e este apontou o facto de esta UEP de agora já não ser a mesma UEP de há uns tempos atrás, aludindo desta forma à crescente predominância do grupo LeYa no seio da UEP, tendo inclusive referido a compra, por parte do grupo LeYa, da editora do presidente da UEP (Teorema);

- VT lamentou ainda a pouca atenção e adesão que é dada à Feira do Livro do Porto por parte dos editores. Referiu que uma das preocupações de futuro da APEL deverá ser, inclusive, entrar em diálogo com a CM Porto, de forma a conseguir que a Feira do Livro do Porto assuma outra pujança;


- Ficou para amanhã a entrega de um documento da APEL à CML, no qual esta associação indicará de que forma esta situação de impasse poderá ser ultrapassada. RV disse estar confiante que tudo seria resolvido pelo melhor. Confrontada com a pergunta de como se sentia ao ter a "batata quente", diplomaticamente RV foi dizendo que a "batata quente" estava do lado da APEL, na medida em que tinha sido a esta associação que tinha sido designada para a organização da FLL.