segunda-feira, 12 de maio de 2008

A posição da APEL face à Feira do Livro

Deixamos aqui o mais recente comunicado de imprensa da APEL sobre o tema "Feira do Livro", intitulado " A Feira do Livro de Lisboa e as pressões do Grupo Leya".

A grande novidade parece ser o facto da LeYa «ter delegado a sua representação numa livraria de Braga que, para esse efeito, requereu mais um stand para comercializar os livros das
editoras daquele grupo».

Aqui fica o press na íntegra.

«Já passaram 12 dias do fim do prazo oficial de inscrição na 78.ª edição da Feira do Livro de Lisboa.

Já passaram cinco dias do prazo especial acordado com a União de Editores Portugueses (UEP) para os respectivos associados se inscreverem no certame.

Todos – sublinhamos: todos – se inscreveram de acordo com os regulamentos: 119 participantes, dos quais 21 são membros da UEP. A excepção é, como se sabe, o Grupo Leya, que, pese embora ter beneficiado de um período excepcional para se inscrever até às 12:00 da passada sexta-feira, dia 9 de Maio, não o fez.

Entretanto, foram tornados públicos alguns comentários em relação a esta situação que revelam ou falta de conhecimento sobre todos os factos ou, pior, uma percepção enviesada ou politicamente comprometida da realidade.


Acontece que já se ouvem vozes críticas de dentro da própria UEP em relação à atitude do Grupo Leya, o que vem dar ainda mais força às razões que assistem à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros – APEL.

Ainda assim, e para que não subsistam quaisquer dúvidas, a APEL relembra que:


- a opção pela utilização do modelo tradicional de stands foi ratificada em duas Assembleias Gerais de Participantes da Feira do Livro de Lisboa;

- a segunda dessas Assembleias Gerais, realizada a 17 de Abril último, foi marcada propositadamente para que os responsáveis do Grupo Leya pudessem apresentar os seus projectos de novos stands;

- infelizmente, e apesar de ter sido expressamente convidada para o efeito, o Grupo Leya não se fez representar nem tão pouco deu qualquer resposta ao convite formulado;

- é objectivo primordial da Feira do Livro assegurar que toda a oferta editorial em língua portuguesa esteja disponível ao público, em condições de equidade, em contraponto ao que se passa durante todo o ano, em que as regras de mercado definem o que está nos tops e nos escaparates das livrarias e espaços de grande consumo;

- a responsabilidade de organizar um certame como a Feira do Livro de Lisboa exige da APEL uma posição de salvaguarda dos direitos e interesses de todos os participantes, não devendo, pois, permitir que qualquer editor ou grupo editorial, por maior que seja, usufrua de quaisquer privilégios e condições excepcionalmente vantajosas em relação a todos os participantes e que desvirtuam o objectivo da própria Feira do Livro;

- esta responsabilidade da APEL é sustentada pelo apoio dado pelos seus associados e, sublinhe-se, por membros da UEP, que inclusive já denunciaram as pressões que o Grupo Leya tem feito quer dentro daquela agremiação quer, segundo os próprios, junto da Câmara Municipal de Lisboa;

- ninguém mais do que a APEL está interessada na modernização da Feira do Livro de Lisboa e na sua adequação às novas exigências; no entanto, tal propósito não pode ser imposto à pressa, só para alguns e sob a forma de chantagem, antes deve ser pensado a longo prazo. É por isso que foi criada uma Comissão Técnica que já está a trabalhar no novo projecto para a edição de 2009, o qual se espera venha a ser apresentado dentro de algumas semanas.


Neste momento, a 78.ª edição da Feira do Livro de Lisboa apresenta-se com cerca de 190 stands, o que constitui, por si só, um sinal do empenhamento e entusiasmo dos agentes do sector e uma elevada representatividade editorial, factores essenciais para o sucesso do evento.


Naturalmente, estes elementos serão ainda mais satisfatórios se os 23 stands referentes às editoras do Grupo Leya se juntarem ao plano da Feira de Lisboa. Para isso, só é necessário que os responsáveis por aquele grupo respeitem as mesmas regras que todos os participantes, da APEL e da UEP, aceitaram livremente.

O que o Grupo Leya fez na Feira do Livro do Porto não constitui a melhor solução. Relembre-se que o Grupo Leya tornou público que não estaria presente naquele evento; contudo, posteriormente, delegou a sua representação numa livraria de Braga que, para esse efeito, requereu mais um stand para comercializar os livros das editoras daquele grupo.

Enfim, em nome de todos os inscritos na 78.ª Feira do Livro de Lisboa, só resta à Direcção da APEL que o bom senso leve os responsáveis do Grupo Leya a reconsiderarem a sua posição e se inscrevam num dos mais importantes eventos culturais da cidade, sendo certo que a APEL tudo fará para garantir a montagem dos stands mesmo que a inscrição só ocorra a escassos dias da abertura da feira.

A Leya, os seus livros e os seus autores só não estarão na 78.ª Feira do Livro de Lisboa se os responsáveis pelo grupo assim não o quiserem.

A DIRECÇÃO
12 de Maio de 2008»