sábado, 24 de maio de 2008

O mercado editorial português (Expresso)

Tendo como pano de fundo a feira do livro, o Expresso publica hoje nas duas páginas centras do 1º caderno (pp. 20-21) um artigo dedicado ao mercado do livro. O destaque é assinado por Alexandra Carita, António Guerreiro e Mónica Contreras. Alguns excertos, títulos nossos:

O estado do mercado e a diversidade bibliográfica
«Alguns editores independentes, como Manuel Rosa da Assírio e Alvim, ou André Jorge, da Cotovia, afirmam que a actividade editorial em Portugal é hoje de uma enorme pobreza exactamente porque há espécies bibliográficas que tendem a desaparecer (é o caso do ensaísmo, da filosofia e das ciências humanas) e, pelo contrário, há verdadeiras invasões de livros que fazem parte da mesma linguagem (por exemplo, o romance histórico com uma componente esotérica). "É assim que o consumidor pode vir a ser afectado. Se a política de comunicação e distribuição do grupo editorial não tratar todos os autores e todos os géneros da mesma forma condiciona a opção de compra", afirma Rita Palma [directora de comunicação da Bulhosa]. "As livrarias não vivem só dos autores mais vendidos. Têm que ofercer diversidade para sobreviver. Se os editores não entenderem isso vão percebê-lo quando sentirem a importância que os livreiros dão aos outros escritores", corrobora o director da FNAC.»
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"Se os grandes grupos se desinteressarem de uma determinada área da edição, como é provável que aconteça com a posia, haverá oportunidade para editores empreendedores", afirma Francisco José Viegas.
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... a aposta nas Edições Nelson de Matos (...) [mostra] "que é possível manter um programa de qualidade com bons autores e até produzir livros de entretenimento sem meter as mãos no lixo."»

A LeYa face ao retalho
«A LeYa até agora manteve-se apenas no campo da edição mas prepara a sua própria estrutura de distribuição. O grupo da Oficina do Livro, que está a ser comprado por Pais do Amaral tem já cinco lojas. Outro grupo que segue a mesma estratégia, o gigante alemão Bertelsmann, que tem o Círculo de Leitores, dispõe de 50 lojas espalhadas por todo o país ao agregar o maior grupo livreito nacional, a Bertrand.»

Os autores
«Alguns escritores portugueses que são editados pelas chancelas da LeYa têm manifestado, individualmente, alguma incomodidade com esta concentração, que se acentuou com o episódio da Feira do Livro de Lisboa»