quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Feira do Livro de Lisboa, por Mónica Marques

«A Feira do Livro não poderá mudar ser, por exemplo uma FLIP, de Paraty? Se acham que viajo, paremjá aqui. Mas a Feira do Livro que eu imagino para Lisboa e que tenho a certeza resultaria muito mais do que o mero mercado mal amanhado de livros que isso agora é, é uma coisa parecida com o que acontece anualmente em Paraty. Onde os tarados por livros e os adoradores de escritores vão. E onde também vão pessoas normais para ver, ouvir e falar com os autores e sentirem que também fazem um bocado parte daquilo, mesmo que não.Porque fala sério, qual é a diferença actual entre a Feira do Livro de Lisboa e a secção de livros do Colombo? Ter a Lídia Jorge, mal sentada numa cadeira de plástico, coitada, assinando livros atrás de livros? Eu cá, se apanhasse um dia a Lídia Jorge gostava era de lhe poder perguntar, as duas bem sentadas numa sala acolhedora, de onde lhe vem a inspiração para, por exemplo, as cenas de sexo nas suas obras. Tudo o resto que tenho a fazer com escritores posso fazer nas livrarias e nos supermercados, todo o ano, a todas as horas do dia. Não preciso da Feira do Livro. A Leya sabe disso. Só não teve tomates, parece.»

Mónica Marques, do outro lado do Atlântico, assina um texto sobre a Feira do Livro de Lisboa que merece ser lido.