Via Lusa.
« A Associação de Editores e Livreiros (APEL) justificou hoje o atraso da Feira do Livro de Lisboa, que deverá começar no fim-de-semana, com a vontade de ter o maior número de autores e editores de sempre.
Vasco Teixeira, que liderou a delegação da APEL nas negociações de segunda-feira com a Câmara de Lisboa e a União de Editores Portugueses (UEP), disse: "A realização da feira chegou a estar em causa, mas procurámos garantir o maior número de autores e editores de sempre".
Em causa está o diferendo com o Grupo LeYa que congrega um grande número de editoras pertencentes à UEP, que pretendia "pavilhões diferenciados" na Feira, que já não começará quarta-feira como o previsto, mas permitindo a participação de editoras como a Editorial Caminho ou as Publicações D. Quixote e de autores como José Saramago, António Lobo Antunes ou Lídia Jorge.
O responsável da Porto Editora, que falava aos jornalistas nas instalações da Lisboa Editora, afirmou que "houve pressões de vários quadrantes, nomeadamente do presidente da Câmara" e não estranhou os agradecimentos do administrador-delegado do Grupo LeYa ao autarca e ao director municipal de Cultural, Rui Pereira.
"É do conhecimento público o apoio do presidente António Costa e de Rui Pereira às pretensões do Grupo LeYa", disse.
Afirmando que "esta guerra entre a APEL e a UEP vem de trás", Vasco Teixeira salientou que "que a voz da UEP é na essência a voz da LeYa", grupo que vê contemplado pelo Memorando a diferenciação de pavilhões.
Vasco Teixeira disse ainda que o Memorando de Entendimento entre a Câmara, a UEP e a APEL, assinado segunda-feira à noite, "procura que em próximas feiras não se repita qualquer situação de impasse".
"Garantir a estabilidade é uma das preocupações expressas pelo acordo", disse.
Vasco Teixeira citou o artigo 10º do Memorando segundo o qual as duas associações se comprometem "a um esforço conjunto" para a organização das feiras a partir de 2010.
Relativamente à Feira do próximo ano, prevista para se realizar de 15 de Maio a 15 de Junho, a sua organização caberá à APEL, que tem até 30 de Novembro para apresentar uma plano de modernização.
Referindo-se a este prazo, Vasco Teixeira afirmou que "é apertado para se desenvolver o plano, mas tardio para se implementar".
O editor afirmou que a questão da modernização não é consensual dentro da APEL, "fundamentalmente por razões financeiras".
Segundo Vasco Teixeira "foi a questão financeira que não permitiu um projecto de modernização aquando presidência de João Soares" na Cãmara de Lisboa (1995-2001).
"Temos de estudar quem pode apoiar, se a Câmara também apoia e há que encontrar patrocinadores", disse, frisando que essa é uma questão para a nova direcção da APEL que será eleita em finais de Junho.
Questionado porque razão o Presidente da APEL, Baptista Lopes, não liderou as negociações com a edilidade e a UEP, Vasco Teixeira afirmou que foi por vontade do próprio "para dar mais capacidade negocial à APEL" que se via confrontada nas negociações com uma delegação da UEP mais numerosa.
"Não há críticas à direcção, foi constituída uma comissão que aliás sempre o apoiou e que foi aprovada por todos os órgão sociais da APEL", sublinhou Vasco Teixeira.
A delegação da APEL foi liderada por Vasco Teixeira e constituída ainda por João Espadinha e José Pinho.
Para Vasco Teixeira, o Memorando "salvaguarda uma das maiores riquezas da Feira, que é a sua diversidade e dar espaço aos pequenos editores".
"É garantido o acesso a todos, pequenos, médios e grandes editores e também aos livreiros que apenas têm representação através da APEL", enfatizou.
Referindo-se ao Memorando afirmou: "É fundamentalmente uma declaração de intenções".
terça-feira, 20 de maio de 2008
Comunicado da Porto Editora
Postado por Booktailors - Consultores Editoriais às 19:27
Marcadores: Associativismo, Feira do Livro de Lisboa, polémicas