quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dossiê Negócio do livro no Jornal de Negócios (II)

Elisabete Sá assina hoje no Jornal de Negócios (pp.18-22) um dossiê dedicado ao sector do livro, que conta com a participação de Carlos da Veiga Ferreira, Marco Lebre (Explorer), Mário Moura, António Lobato Faria e os Booktailors. Alguns excertos da peça "Concentração de mercado gera oportunidades de nicho":

«Nascida há dois anos, a editora Livros de Areia, que publica "literatura fantástica, livros que tocam o horror e a magia", enfrenta o seu maior problema no retalho. "As livrarias estão menos interessadas em divulgar livros e mais preocupadas a cumprir contratos", diz Pedro Marques. "Como é que nós vamos competir com a quantidade de livros dos grandes grupos? Acho que todas as editoras ditas de nicho, como a nossa, deveriam perguntar-se: podemos mesmo especializarmo-nos?".
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Num momento em que estão em curso vários projectos de forte concentração editorial, acredito que há cada vez mais espaço para projectos individualizados, nos quais seja possível estabelecer uma estreita ligação com os autores" [Nélson de Matos]
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Depois, acrescenta António Lobato Faria, da Oficina do Livro, o importante é que a dinâmica criativa do sector não estagne. O mercado livreiro nacional sempre deu oportunidade ao aparecimento de projectos bem sucedidos, mesmo que de menor dimensão. Entre muitos exemplos, pode-se apontar o caso da Cavalo de Ferro que surigiu no mercado há pouco mais de cinco anos, apadrinhado por vários escritores, especializando-se na tradução de ficção estrangeira.
Espaço no mercado parece não faltar. Desde que haja profissionalismo e dinamismo. É que, defende António Lobato de Faria, a concentração do mercado editorial português nada tem a ver com a teoria da evolução das espécies. Neste caso, não é preciso ser o mais forte para sobreviver. "Não acho que o que esteja em causa seja a vitória dos mais fortes, mas sim daqueles que estão melhor preparados".»