«A crítica literária Dóris Graça Dias acusa o ‘Expresso’ de lhe censurar um texto sobre o ‘Rio das Flores’, da autoria de Miguel Sousa Tavares. O director do jornal, Henrique Monteiro, queixou-se da colaboradora ao Conselho de Redacção e assegura que o semanário se mantém tolerante e independente.»
Para ler aqui, no Correio da Manhã. Um artigo da responsabilidade de Ricardo Tavares, sob o título «Polémica: Dóris Graça Dias, crítica literária, acusa ‘Fui censurada pelo Expresso’»
Um excerto da notícia:
«Dóris Graça Dias contactou o editor de então da ‘Actual’, Miguel Calado Lopes, sendo-lhe, sempre, “adiada uma explicação”. No final da segunda semana após a não publicação do artigo na revista do ‘Expresso’, “através de mais um telefonema meu, o editor disse-me que a recensão chegara a estar paginada, fora lida pelo director” e que este “o chamara e se exaltara”, razão pela qual, conta a crítica, Miguel Calado Lopes “achara por bem suspender a publicação. Acrescentou, então, que a crítica era para publicar, mas que queria falar comigo para eu fazer algumas alterações ao texto. Disse-lhe que não o faria”.
O director do título confirma: o texto esteve paginado. E explica a sua retirada: “Não era uma crítica, mas um ataque ao autor. Dei uma vista de olhos e reparei que não se informava sobre o que tratava o romance, em que tempo histórico se passava e onde.”
Henrique Monteiro já se queixou da “senhora – não a conheço, cruzei-me três ou quatro vezes com ela no corredor – ao Conselho de Redacção” e sublinha que o facto de a obra ser da autoria de um colunista do ‘Expresso’ “nem sequer vem ao caso. O Miguel Sousa Tavares não sabe de nada”. Rejeita, também, a acusação de “censura” e interroga-se sobre o facto de a crítica literária “ não o ter contactado e de “ainda continuar a colaborar” no jornal, até porque Dóris Graça Dias demonstrou “não saber o que é uma crítica de um livro”, lembrando que a jornalista “escrevia numa revista de moda”. »