Deixamos aqui a resposta elaborada pela Pó dos Livros, ao artigo escrito pelo Pedro Rolo Duarte, a que demos referência aqui.
«Li este artigo do Pedro Rolo Duarte e, pergunto-me como estará tão bem informado em relação aos números do mercado editorial e livreiro? Se nós que estamos no mercado, não o sabemos.
“530 milhões de euros em livros vendidos” parece-me demasiado, mas se pensarmos bem, este valor não é assim tanto quanto isso. Em termos de comparação apenas dá para construir 1/6 do futuro aeroporto de Lisboa, de acordo com os números vinculados pela imprensa.
Se fizermos uma conta simples a uma média de 15 euros por livro, resulta em 35.333.333 milhões de livros vendidos em 2006. O que daria uma média aproximada de 3,5 livros por habitante (é extraordinário), a ser verdade devemos ser o país que mais lê na Europa.
O que é isso do Break-even médio, que eu saiba depende muito do livro e da tiragem. O PRD não faz ideia da dificuldade que é para a maioria dos editores e autores (alguns muito bons) vender metade de 2000 exemplares por volume. Aconselho-o a abrir uma editora, já que é tão fácil ganhar dinheiro.
Quanto aos editores e livreiros, “porque lhes está na massa do sangue a queixa e a lamúria”, como parece sugerir o autor do artigo, devem ser uns chupistas que apenas querem viver à conta do trabalho dos autores.
Também, Pedro Rolo Duarte diz: “Queixam-se os autores, mas só aqueles que vendem pouco (infelizmente a maioria)”. Pergunto, o mesmo não se aplica aos autores e a ele próprio enquanto autor. A estes já não lhes está na massa do sangue.
E se a maioria não vende, como se vende tanto?»