terça-feira, 8 de janeiro de 2008

LeYa - reacções da blogosfera [em permanente actualização]

À semelhança do post abaixo, que será actualizado com notícias de media tradicional à medida que as mesmas forem sendo veiculadas, este post também sofrerá permanentes actualizações, contendo as reacções da blogosfera (da entrada mais recente para a mais antiga):

* Sangue, suor e ideias, João Pinto Castro
Paes do Amaral apresentou também como motivação central para as compras do grupo que dirige a possibilidade de investir no marketing dos livros, o que era impossível no quadro das pequenas empresas independentes agora associadas. Esta ideia é interessante, tanto mais que, no passado, a aplicação de estratégias de marketing consistentes ao sector livreiro tem dado as suas provas, tanto em Portugal como no estrangeiro.
(...) Se a valorização do marketing for para levar a sério, o mais natural é que, a prazo, a empresa acabe por deixar cair esta intenção, como se entrevê já nesta declaração do administrador-delegado da Leya: "Cada edição passará a ostentar Leya-Gailivro ou Leya-Caminho, e estamos a ponderar a hipótese de o grupo editar ele próprio apenas com a marca Leya".

* Molho de bróculos, Corto Maltese.
Com o título Dézáine da treta!, Corto Maltese escreve: "Desculpem a ignorância, mas... A letra "y" está então a ali a fazer o quê?
Só se a letra "y" for uma espécie de Francis Obikwelu das letras. Ou seja tipicamente portuguesa.
E a forma como a tipografia está conjugada? E a escolha dos tipos? Meus amigos, isto tem de tudo menos de editorial..."

* 1979, Luis Cristóvão ... o surgimento do Grupo Leya, para além de inevitável, é sinónimo de boas notícias para um grande grupo de pessoas - o investimento significará que muitos verão os seus meios melhorados. Em contrapartida, as exigências de resultados serão também muito maiores, mas uma coisa vem com a outra, nenhuma empresa deve ser a Santa Casa da Misericórdia. Ao mesmo tempo, os últimos dois exemplos de "entradas a matar" no mercado português (Dom Quixote no tempo da gestão-Gillete, Bertrand na ditadura da livraria) tiveram resultado díspares; no caso da Dom Quixote, uma editora, significou um recuo à casa de partida. Tenho a certeza que Pais do Amaral saberá o que está a fazer - e enquanto o livro poderá ganhar bastante com isso, talvez a literatura venha a perder.

* Cadeirao de Voltaire, Sara Figueiredo Costa Alimentei durante várias horas a secreta esperança de que o nome do mega-grupo editorial que Paes do Amaral tem estado a reunir tivesse a sua fonte de inspiração na Princesa Leya. Afinal, é apenas uma forma verbal no imperativo, mas com um 'y' em vez de um 'i' para simbolizar 'a abertura da nossa língua.

* Breviário das coisas breves, RS Ah, então o conde é fã do Star Wars...

* Aveirolx, JMO "Leya" soa maravilhosamente bem, soa a grupo livreiro, dá azo a potenciais campanhas de publicidade com mensagens giras.Carlos Coelho e Paulo Rocha acertaram mais uma vez. E podem criticar o "y" à vontade porque essa forma de fugir a potenciais problemas legais foi sublime.

* Uma vespa a abrandar, Vespinha [colaboradora do grupo Leya] Leya. (...) Um verbo no imperativo, que é também um apelo, que é também um conselho e dos bons. Um verbo em que o «i» se transforma num «Y», um «i» de braços abertos para abraçar o mundo e manter bem junto a si todas as editoras que já lhe pertencem.

* Bibliotecário de Babel, de José Mário Silva
«...parece-me que haverá inevitavelmente uma descaracterização da identidade de cada uma das editoras, agudizada pelo previsível nivelamento das linhas gráficas (...)Ter o nome da holding à frente (e não atrás) da designação original das editoras, empobrece-as, coloca-as em segundo plano, exibe de forma quase hostil quem realmente manda. E, para piorar as coisas, a marca LeYa é de uma pobreza franciscana. Fora o imperativo fonético (leia!), não diz absolutamente nada. Parece um nome made in China, um nome da loja dos trezentos.
(...)
O prémio literário levanta-me ainda mais dúvidas (...)Financeiramente, o LeYa vai ser incontornável. Resta saber qual a sua credibilidade. É que se alguns dos prémios atrás referidos são patrocinados por empresas assumidamente não-literárias (especialistas em investimentos alternativos, café ou sistemas de controlo), o LeYa vai ter como patrono uma holding editorial. Como é que vão ser geridos os conflitos de interesses? Se o prémio é aberto a todos os autores de língua portuguesa, será que os escritores publicados pela LeYa podem participar? Por outro lado, se os nomes fortes da casa ficarem de fora (como a lógica e a transparência exigem), que interesse é que a LeYa terá em premiar e promover autores de outras editoras ou grupos concorrentes?

O José Mário Silva, num outro post, apresenta uma proposta de mascote: uma cadela Yorkshire Terrier, que tem na Leya de José Mourinho o exemplar mais famoso.