quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Byblos

Hoje, no Correio da Manhã, um artigo de Dina Gusmão, sobre a abertura da Byblos, no Amoreiras Square.

"Sempre imaginei que o Paraíso fosse uma espécie de livraria”... Esta é a frase de Borges que, ao longo dos dez metros de parede que ocupa, vai saltar à vista dos convidados que nesta noite, pelas 21h00, comparecerem à inauguração da Byblos, em Lisboa: 3300 m2 de livraria, distribuídos por dois pisos no Edifíco Amoreiras Square, junto ao Centro Comercial.

“O que eu fui criticado por não escolher um português para citar nesta parede, mas esta é a frase que melhor traduz o espírito da livraria e o meu!”, explicou Américo Areal, antigo proprietário da editora Asa e actual presidente do conselho administrativo do grupo gestor da Byblos Livrarias.

“A vida é feita de ciclos e há oportunidades na vida que não se perdem. A venda da Asa, fundada pelo meu pai no ano em que nasci (1951), foi inicialmente recusada e só posteriormente decidida em família. É um novo ciclo este que hoje começa”, sintetiza.

E o que hoje, a partir das 21h00, se vai ver “é o sonho de uma vida” que tomou forma nos últimos dez anos e custou ao sonhador para cima de quatro milhões de euros mas que tem um retorno anual previsto de dez milhões, ou não fosse esta a primeira livraria a apostar nos fundos editoriais. Ou seja, todos os títulos em circulação, o que em números se traduz por qualquer coisa como 150 mil títulos. Dar com cada um destes títulos nunca foi tão fácil porque, graças a um sistema de radiofrequência, livros e estantes estão integrados numa rede informática que os identifica e localiza. Mas se o leitor for daqueles que não são muito dados às novas tecnologias não há problema, para isso lá estão 50 ecrãs de plasma e uma dúzia de postos de atendimento.

Às novas tecnologias somam-se novos espaços, fruto do cruzamento da arquitecura inglesa com o design alemão. Assim, no piso 1 temos Sala de Eventos, Quiosque, Top de Vendas, Leitura e Área Infantil, onde não falta um navio de piratas para brincar e pulseiras electrónicas para que os aspirantes a navegadores não saiam de porto seguro, ou seja, dos plasmas, espalhados por todo o lado. No piso 2, há áreas destinadas ao Livro Técnico-Didáctico, Game Center, Música e Cinema. Para recuperar energias depois de tanto quilómetro de livro, há uma cafetaria com 116 lugares sentados.

Confiante no sucesso deste “caso único no Mundo”, Américo Areal continua a sonhar e, a avaliar por este que hoje se inaugura, o céu é o limite... “Em 2008 abre a segunda Byblos, numa zona nobre do Porto, e a seu tempo, preferencialmente, uma em cada capital de distrito”, concluiu.

ÁREAS EM DESTAQUE
Infantil
Aárea infantil prima por vigilância segura e actividades diversas, com destaque para o barco-pirata e actividades multidisciplinares, sobre um chão de... areia!

Leitura
Um dos locais onde mais apetece estar... Há sofás e candeeiros, individuais ou colectivos, e ainda terminais de computador com tudo o que faz falta.

Eventos
A partir de Março há semanas temáticas, desde poesia a autógrafos, passando por projecções em auditório de documentários e ainda feiras de queijos e de vinhos.

Perfil
Américo Augusto Correia da Silva nasceu há 56 anos no Porto, a mesma idade que tem a Asa, editora fundada pelo pai, onde começou a trabalhar aos seis anos como gráfico e aos 15 como editor. Com a morte do pai, a sociedade durou sete anos entre irmão e irmã. Ela dedicou-se depois à Areal Editores, ele à Asa, aí inaugurando a era pós-livro escolar. A Areal Editores acabou vendida à Porto Editora e a Asa ao grupo de Pais de Amaral. Ciclos, diz ele... Casado com uma economista, é pai de duas raparigas e um rapaz, todos gestores. Gráfico, editor e livreiro, Américo Areal é hoje, precisamente, a partir das 21h00, um homem com um sonho realizado: o de mentor de “uma cadeia de livrarias que quer ser serviço público”.