segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Palavra

Notícia publicada na passada sexta-feira, dia 16 de Novembro, sobre o possível fecho da Palavra, de Gonçalo Bulhosa, no Diário de Notícias, com o título "Editora Palavra corre risco de encerramento ". Artigo de Isabel Lucas.

«A editora Palavra "vive uma situação financeira delicada" e pode em última análise ter de fechar as portas. É desta forma que Gonçalo Bulhosa classifica o actual momento que vive a editora que comprou em Janeiro de 2006 à Asa.

É a reacção do editor às queixas de alguns autores que reclamam o pagamento de direitos sobre os livros que publicaram sob aquela chancela.

Sem editar novidades desde Setembro, mês em que saiu Queda Livre, um livro de ensaios do brasileiro Octávio Frias Filho, Gonçalo Bulhosa estabelece agora como prioridade não a edição, mas o "equilíbrio financeiro" da Palavra e atribui responsabilidades ao momento "difícil" pelo qual passa, sobretudo, à distribuição. "Há dificuldade para as pequenas editoras em colocar e expor os seus livros em locais de venda fundamentais. Dependemos de distribuidoras que trabalham com mais editoras e o nosso poder negocial é baixo."

Com cerca de 60 títulos publicados, a Palavra começou por editar livros de autores brasileiros contemporâneos, mas as dificuldades do mercado ditaram alterações "nem sempre acertadas" no plano editorial. "Cometemos erros estratégicos. O mercado não está para editores apaixonados", comenta Gonçalo Bulhosa que não põe de parte o repensar, numa segunda fase, o plano editorial da Palavra: "Primeiro quero resolver contas em atraso com alguns autores e nisso assumo responsabilidade", ainda que, sublinhe, essas sejam "situações pontuais." Com três funcionários e um investimento pessoal que situa nas "centenas de milhares de euros", a editora teve como maior sucesso o romance de Nelson Motta, O Canto da Sereia que vendeu cerca de dez mil exemplares.»