quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Byblos

Deixamos aqui uma notícia publicada hoje no Diário de Notícias , da autoria de Maria João Pinto, sobre a Byblos, a livraria que promete revolucionar a forma como vemos as livrarias em Portugal...

Agradecemos ao leitor Hélder Marques a referência.

150 mil livros nas Amoreiras
Os fundos de catálogo serão a sua aposta primeira, preenchendo uma lacuna no mercado livreiro em Portugal, tal como o recurso às novas tecnologias será a sua imagem de marca. Com uma área de quatro mil metros quadrados, 3300 dos quais de acesso público, distribuídos por dois pisos que ocupam a quase totalidade da galeria comercial do Edifício Amoreiras Square, em Lisboa, a primeira loja da cadeia Byblos Livrarias abrirá as suas portas a 6 de Dezembro, com um objectivo em mente: alcançar a fasquia dos 150 mil títulos disponíveis num mesmo lugar.

Após três décadas de trabalho como editor, Américo Areal está agora do outro lado, como livreiro, co-responsável por este projecto. "Sonho construído ao longo de quase dez anos", como referiu ao DN, a Byblos procurará ser "a primeira livraria de fundo editorial em Portugal, ou seja, procurará ter tudo o que os autores e editores quiserem aqui colocar".

Por outro lado, e do ponto de vista da forma, será uma síntese adaptada de quanto foi vendo nas suas viagens de serviço por outras capitais europeias, no Japão e nos Estados Unidos: "Um porto seguro" que, para lá da vertente comercial, "pretende prestar um serviço público", investindo no "conforto e na inovação". E no design, neste caso alemão, particularmente arrojado nas zonas de estar, a cargo da Krefbrubach Store Interiors.

E inovação tecnológica não vai, de facto, faltar, seja para o público adulto, seja para o público infanto-juvenil. Quem visitar a nova livraria, actualmente em fase de montagem, vai usá-la mesmo sem dela se dar conta: livros, estantes e demais expositores estarão, todos eles, ligados em rede, por via da tecnologia de identificação por rádio-frequência. O que, em matéria de organização interna, permitirá, por exemplo, a imediata localização de títulos deixados fora das suas secções - uma dor de cabeça para quem trabalha no ramo - ou a rápida reposição de stocks.

Para o cliente, lembra Américo Areal, esta solução corresponderá também a tempos de espera em caixa substancialmente mais curtos, dado que os códigos serão lidos de uma só vez. Por outro lado, e dado o volume da oferta, um conjunto de ecrãs tácteis, para pesquisa bibliográfica, fornecerão ao utilizador um talão que lhe dirá em que estante e prateleira está a obra que procura, podendo essa mesma pesquisa ser feita por antecipação através do site da Byblos, actualmente em construção, no endereço http://www.byblos.pt/.

Clientes que pretendam um atendimento clássico ou que não se sintam à vontade com estas ferramentas terão funcionários (34, presentemente a receber formação) para os acompanhar. Mas quem quiser ter uma experiência mais radical poderá ver de perto uma estante robotizada a trabalhar: de fabrico italiano, está apta a receber 65 mil volumes, operação que poderá ser acompanhada pelo público através de um ecrã de plasma.No contacto com os autores, a nova livraria dispensará "o púlpito e a mesa" tradicionais, de modo a "fomentar o diálogo com os leitores", refere Américo Areal. Uma sala de exposições e um auditório permitirão, por outro lado, a realização de outras actividades paralelas, nomeadamente de semanas temáticas, em articulação com associações, universidades e/ou empresas.

Os fluxos de circulação na livraria, esses, terão zonas de pausa de variada ordem: áreas de estar e de leitura, pontos de acesso à Internet, cafetaria com 116 lugares sentados, servindo também refeições ligeiras ao almoço e ao jantar. A zona dedicada à literatura infanto-juvenil, autonomizada em relação às restantes, será igualmente uma zona lúdica: uma réplica de um barco em tamanho real, uma casa na árvore em formato virtual, jogos interactivos em parceria com a Y-Dreams."

Na verdade, não inventei nada", diz Américo Areal. "O que pretendemos é que as pessoas, leitores assíduos e menos assíduos, qualquer que seja a sua idade, tenham aqui uma experiência diferente." No futuro próximo, a cadeia deverá expandir-se com a abertura de "mais duas ou três" lojas, uma das quais "no centro do Porto".