CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A BOOKEXPO AMERICA (BEA) (parte III),
por Pedro Miguel Martins (*)
[Parte I]
[Parte II]
5. HABLA ESPAÑOL?
A BEA, em parceria com o Ministério da Cultura de Espanha, a Federação dos Editores de Espanha e a Comissão de Comércio de Espanha, promoveu a presença de representantes da indústria editorial do país vizinho, despertando o interesse por esse mercado — dos autores e editores ao público falante de castelhano.
A indústria editorial espanhola anseia seduzir os milhares de falantes do castelhano nos Estados Unidos. Além disso, a literatura espanhola tem sido traduzida com sucesso e tem vindo a ganhar, cada vez mais, o reconhecimento por parte dos leitores de língua inglesa, atingindo uma audiência cada vez mais alargada.
Assim, a oferta de seminários e conferências foi imensa — com mais de 16 temas diferentes disponíveis —, e o stand de promoção à indústria do livro espanhola era impressionante, apresentando autores novos e consagrados. Era ainda visível a promoção ao projecto America Reads Spanish, com o objecto de aumentar o número de leitores de língua castelhana com recurso a livrarias, escolas e bibliotecas americanas.
6. O LIVRO MAIS BADALADO!
Os vampiros estão na moda, e muito na moda! A confirmar isso, o livro The Passage, do escritor Justin Cronin, estava na lista de presentes de muitos dos participantes na BEA. Aliás, a presença do livro era permanente, dos enormes cartazes espalhados pelo Javits Center aos crachás que identificavam os participantes. Segundo foi possível apurar, dizem que é o livro de que todos falam. A crítica de um periódico distribuído durante os três dias do evento dizia que todos os livreiros e críticos literários que o tinham lido gostaram imenso. The Passage conta a história de vampiros que, ao contrário do que estamos acostumados, não nasceram de mordidas de morcegos, mas de experiências científicas mal-sucedidas. Sarah Palin e Tiger Woods continuam a dar que falar, a julgar pelos vários stands que promoviam livros sobre eles.
7. A NUVEM DA GOOGLE
O objectivo do Google Books é tornar mais fácil aos leitores encontrarem os livros que buscam quando e onde desejarem, seja num PC, em smartphones, em e-reader, etc.
Este programa da Google está disponível para editores, livreiros e, claro, leitores, sendo o seu objectivo concentrar o maior número de títulos disponíveis. Para os editores, permite concentrar numa única plataforma a sua oferta de livros e e-books, sendo eles a controlar a possibilidade de copiar/colar, imprimir e mesmo de visualizar o conteúdo, visualização essa que é normalmente de 20% do total da obra. Para o livreiro, o Google Books apresenta a vantagem, na janela de visualização do conteúdo, de o Google listar os locais na Internet onde o livro pode ser adquirido. Para os leitores, permite-lhes sobretudo aceder aos livros onde querem e quando necessitam a partir de telemóveis e de smartphones. Esse foi mesmo o dispositivo mais referido. Vale a pena consultar o respectivo sítio Web.
(*) Pedro Miguel Martins é licenciado em Design Visual pelo IADE desde 2003, exercendo a sua profissão no grupo r/com — renascença comunicação multimédia. Em 2006, concluiu o curso de especialização para Técnicos Editoriais na FLUL. É ainda fundador e editor da Letras d’Ouro.
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