«Durante anos, Cormac McCarthy não deu entrevistas e pouco ou nada se sabia sobre a sua vida privada. A exemplo de outros eremitas das letras americanas, como J. D. Salinger ou Thomas Pynchon, McCarthy recusou sempre entrar no circo mediático das celebridades. Por isso, quando, em 2007, aceitou ser entrevistado por Oprah Winfrey, o equivalente a vermos Herberto Hélder no Programa da Júlia, o mundo estava preparado para uma aberração. Era a primeira entrevista televisiva concedida por McCarthy, mas quem esperava um neurótico cheio de tiques ou um homem das cavernas fotossensível teve uma desilusão. Suavemente reclinado numa poltrona, McCarthy mostrou ser um entrevistado afável e tranquilo. Para além da escrita, não revelou outros hábitos esquisitos. Confessou que, antes dos prémios literários e do consequente aumento das vendas, passara por grandes dificuldades económicas. Mas, quando falou com Oprah, esses tempos já tinham ficado para trás.» Ler no jornal i.