«As acusações severas de José Saramago à Bíblia - expressas na apresentação do romance Caim, durante a homenagem promovida pelo Escritaria, em Penafiel, e numa entrevista concedida ao Jornal de Notícias - mereceram uma reacção pronta da hierarquia da Igreja Católica, crítica quanto à alegada "operação de publicidade" promovida pelo Nobel da Literatura.» Ler no Jornal de Notícias.
«A Igreja Católica portuguesa reagiu em bloco ao novo romance de José Saramago, ainda o livro estava a ser posto à venda nas livrarias. Os primeiros comentários de uma polémica que está longe do seu auge, e das réplicas que decerto provocará, tiveram origem nas declarações que o Nobel efectuou domingo à noite em Penafiel, onde considerou que "sem a Bíblia seríamos outras pessoas. Provavelmente melhores". Depois, endureceu e afirmou: "Não percebo como é que a Bíblia se tornou um guia espiritual. Está cheia de horrores, incestos, traições, carnificinas." Referiu ainda que costuma chamar ao livro sagrado dos cristãos "um manual de maus costumes".» Ler no Diário de Notícias.
«O editor de José Saramago não esperava por uma reacção tão rápida e com esta dimensão. Para Zeferino Coelho, Caim é "um livro polémico e que contém várias afirmações que podem fazer repetir o que aconteceu com o Evangelho segundo Jesus Cristo, porque são muito frontais e em matérias onde há muito a discutir". Zeferino Coelho, no entanto, não esperava esta sucessão de reacções que "com o Evangelho demoraram quatro meses". Apesar do tom das críticas, a Editorial Caminho não tem previstas medidas de segurança para a produção ou exposição deste livro, porque, diz, não partilha de uma "visão conspirativa". Considera que não há melhor publicidade que esta para a comercialização, mas esperava que fosse a força dos temas de Saramago a determinante nas vendas do crítico Caim.» Ler no Diário de Notícias.
«Os responsáveis da comunidade islâmica em Portugal não comentam as afirmações de Saramago nem passagens de Caim que digam respeito ao islão. O mesmo não se verifica com a comunidade judaica, que, pela voz do rabino de Lisboa Eliezer di Martino, acusou o autor de desconhecer a Bíblia, enquanto garante que o "mundo judaico não se vai escandalizar".» Ler no Diário de Notícias.
«A Aliança Evangélica Portuguesa (AEP) recordou hoje, a propósito das declarações do escritor José Saramago, o valor "fundamental e inalienável" da liberdade de expressão, mesmo quando as ideias mostram "ignorância, preconceito e agressividade acerca da Bíblia e acerca de Deus"». Ler no Diário Digital.