segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Carlos Drummond de Andrade, por Marcelo Bortoloti

«Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) cultivava a fama de homem reservado. Diligente funcionário público e pai de família conservador, o poeta mineiro definiu-se certa vez como um “urso-polar”, uma criatura arredia que vive em temperaturas glaciais. Aqueles que privaram de sua intimidade, porém, conheceram outro Drummond: um sujeito mulherengo e brincalhão, que tinha mania de passar trotes ao telefone e espantava os netos com a “mágica de tirar os dentes”. Esse lado galhofeiro de sua personalidade expressava-se também no traço. Nome fundamental da poesia moderna brasileira, o autor de Sentimento do Mundo e Claro Enigma era um caricaturista amador. Gostava de desenhar a si próprio, sempre exagerando a testa larga e as orelhas salientes. Com os mesmos traços ligeiros, retratou amigos, como o poeta Manuel Bandeira e a escritora Lygia Fagundes Telles, e a filha, Maria Julieta. Essa produção – dezenas de caricaturas, rabiscos e figuras, boa parte inédita – está sendo reunida pela família para a publicação de um livro, com lançamento previsto para o ano que vem.» Ler na íntegra aqui.