terça-feira, 9 de junho de 2009

Revista Os Meus Livros


O tema de capa da edição deste mês é dedicado às biografias. Filipa Queiroz aproveita os exemplos norte-americanos (Barack Obama ou Benjamin Franklin) para analisar a exploração do género no mercado português, seja nos campos da política, futebol ou música.

Abaixo, apresentamos o texto de Filipa Queiroz, na edição de Julho da revista Os Meus Livros.

«Barack Obama ganhou o prémio para a melhor biografia do ano. Fernando Morais revela Paulo Coelho ao mundo. João Céu e Silva põe José Saramago a falar. Nunca as biografias tiveram tanto sucesso. São vidas passadas a livro.

Líderes natos, personalidades carismáticas carregadas de inteligência, versatilidade e... uma costela literária. Um construiu os alicerces da independência dos Estados Unidos da América (EUA). O outro devolveu-lhes a esperança e é o primeiro Presidente afro-americano num país onde há cinquenta anos havia segregação racial. Hoje, as vidas de Benjamin Franklin (1706-1790) e Barack Obama (n. 1961) cruzam-se em qualquer prateleira, estante ou mesinha de cabeceira.

Publicada um ano após a sua morte, a “Autobiografia” (1791) de Benjamin Franklin é um dos grandes clássicos do género biográfico. A história que conta, na primeira pessoa, o caminho do estadista desde as origens humildes até ao topo da cadeia de homens de sucesso nos EUA abriu um precedente. Passaram mais de dois séculos e Barack Obama era ainda um senador desconhecido quando publicou “A Minha Herança” (lançado em 1995 e agora publicado entre nós pela Casa das Letras). Recentemente, já eleito Presidente dos EUA, Obama venceu com este livro o British Book Prize para Melhor Biografia. Seguiu-se “A Audácia da Esperança” (Casa das Letras) e ambos são hoje um sucesso de vendas. O segredo? Aquela que foi provavelmente a maior (e melhor) campanha eleitoral de sempre rumo à Casa Branca.

Obama ocupou o lugar de Bush e os seus livros viajaram para toda a parte. Naturalmente, também chegaram a Portugal. «Adquirimos os direitos de “A Audácia da Esperança” em 2007, em leilão, quando se começou a falar no nome de Obama como possível candidato presidencial pelo Partido Democrata. Contudo, nessa altura a candidata favorita dentro do partido ainda era Hillary Clinton» diz Marta Ramires, editora da Casa das Letras. Um ano depois, a mesma chancela garantiu a publicação de “A Minha Herança”.

«É emocionante termos editado a autobiografia do primeiro Presidente afro-americano dos EUA. Foi um risco e uma aposta que, sem pretensões de futurologia, ganhámos», acrescenta a editora. “A Audácia da Esperança” – que também valeu a Obama a nomeação para Melhor Autor dos British Book Prize – vai na 5ª edição portuguesa, com uma tiragem de 14 mil exemplares. “A Minha Herança”, na 4ª, com 13 mil.

O «carisma magnetizante» e a escrita «frontal e cativante» de Barack Obama são apontados por Marta Ramires como os responsáveis pelo sucesso da obra que conta como um adolescente revoltado, filho de pai negro e mãe branca, se transformou num homem capaz de renovar uma potência global. «Lê-se como um romance», resume. E confirma que se verifica «um aumento da edição de memórias, testemunhos e biografias». O sucesso da autobiografia de Barack Obama «é um exemplo de uma obra que conseguiu democratizar-se, ou seja, que chegou a leitores que não têm por hábito ler livros deste género», conclui.

«Em Portugal há um pudor de biografar quem está vivo»

Salazar é provavelmente o homem mais biografado a título póstumo e continuam a surgir novos títulos sobre o ex-chefe de Estado, como o recente “Salazar – O Maçon” (Bertrand). Maria Filomena Mónica diz que «Salazar dá uma óptima biografia». E explica: «até por não gostar do homem, ter-me-ia apetecido escrever sobre ele». E escreveu. A tese de Doutoramento da socióloga, “Educação e Sociedade no Portugal de Salazar”, forçou-a «a ‘viver’ cinco anos na ditadura. Jurei para nunca mais», atira. A verdade é que grande parte dos biógrafos preferem biografar quem admiram. E é até possível aproximar o biografado do leitor através da ficção, como faz Isabel Stilwell que acha essencial «tornar a biografia mais do que um amontoado de datas e locais».

Pessoas destacadas da sociedade e de poder são os objectos favoritos das biografias. A Esfera dos Livros é uma das editoras nacionais que mais apostam no género mas,l para Sofia Monteiro, responsável editorial, «a biografia política está muito pouco desenvolvida em Portugal». E sublinha que «basta olhar para Espanha onde existem inúmeras biografias de Zapatero ou de Aznar, feitas por jornalistas». Segundo justifica, «em Portugal há um pudor de biografar quem está vivo». Se existe tal pudor, Felícia Cabrita não sofre dele. A jornalista acumula uma extensa lista de biografados como António Guterres, Aníbal Cavaco Silva, Ramalho Eanes, Basílio Horta, Mota Amaral, Alberto João Jardim, Valentim Loureiro ou Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, embora estes trabalhos tenham sido criados no âmbito de investigações da jornalista e publicados como artigos de imprensa.

E se a lógica é recente, certo é que o objectivo continua a ser, como desde a Idade Clássica, imprimir o biografado nas páginas da História. Falamos de Plutarco [46 – 120] e da obra “Vidas Paralelas” (Sementes de Mudança). No conjunto de 46 biografias de vultos gregos e romanos, aquele que foi um dos primeiros biógrafos da civilização ocidental fez uma abordagem muitas vezes crítica e não apenas historiográfico de figuras como Péricles, Licurgo, Júlio César e Pompeu.

Autobiografia ou memórias?

“Fontes Pereira de Melo” (Afrontamento) e “Eça de Queirós”, recentemente reeditado pela Quetzal, são biografias assinadas por Maria Filomena Mónica. A Eça, a escritora dedicou mesmo várias publicações. «Escrever a sua biografia deu-me a oportunidade de ler todos os seus livros de forma sistemática – o sonho de uma vida – e de conhecer melhor o homem», confessa.
O biógrafo conhece melhor os outros e, muitas vezes, a si mesmo. Na Idade Média, Santo Agostinho abriu o caminho com as suas filosóficas e introspectivas “Confissões” (Séc. IV), vivas até hoje, e influência de filósofos como Pascal, Kierkegaard e Rousseau.

Em 2005, Maria Filomena Mónica renovou o seu “Bilhete de Identidade – Autobiografia 1943-1976” (Alêtheia). A motivação para escrever a autobiografia o livro nasceu com a morte da sua mãe, vítima de Alzheimer. «Vê-la perder a memória, fez com que me apetecesse investigar o meu passado», conta. Do livro, que tem conhecido grande sucesso, a escritora diz que não o escreveu com um objectivo catártico, mas assume que se sente melhor depois de o ter publicado. Mesmo que tenha exigido alguma coragem: «é necessária porque, à partida, sabemos que, mesmo sem o desejarmos, podemos ferir pessoas», reconhece.

Partindo sempre dos diários, a escritora lançou em Março “Passaporte” (Alêtheia), livro que reúne notas e observações sobre viagens que realizou entre 1994 e 2008. Mas, afinal, qual é a diferença entre autobiografia e livro de memórias? «Os dois géneros distinguem-se pouco, embora existam autores que gastaram muito tempo e mais tinta a elaborar fronteiras. As memórias, por definição, tratam daquilo que nos lembramos e, nessa medida, têm menos pretensões de chegar a uma mítica objectividade», sintetiza. E faz ainda outra distinção: «As melhores memórias – e sei-o porque li centenas – são as que cobrem o período de formação de uma pessoa. Tenho um diário que vai de 1995 a 2006: não penso, por ora, que seja publicável, mas não tenho a certeza. Veremos.»

Não oficiais... e polémicas

A primeira biografia que Felícia Cabrita escreveu foi a do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Um «grande desafio», lançado por um ex-editor, e «um trabalho aliciante por permitir ir além daquilo que os jornais fazem». Os trabalhos biográficos da jornalista nunca são oficiais, ou seja, não são feitos em conjunto com o biografado. E tão pouco escolhe debruçar-se apenas sobre a vida de pessoas que admira, até porque «um jornalista não pode partir para um trabalho deste género com preconceitos».

Felícia lembra o caso de Mota Amaral, que «não sendo uma pessoa próxima [religiosa e politicamente], foi uma agradável surpresa» e realça «a forma como respondeu a tudo». Também Alberto João Jardim exigiu um «tratamento delicado». Mas sem grandes dramas, já que «a controvérsia irrita», mas é um dos tópicos da profissão com que Felícia não se importa de conviver. É por isso que tem na mira as biografias de Álvaro Cunhal, Fidel Castro e Jerónimo de Sousa. Não oficiais, claro.

As biografias não autorizadas proliferam na indústria livreira – sinal do crescente voyeurismo em prol do entretenimento. Andrew Morton é um expert internacional em biografias destinadas ao escândalo. Autor de “A Verdadeira História de Diana ” e “Madonna”, (ambos publicados em Portugal pela Editorial Estampa), escolheu Tom Cruise como mais o recente alvo. O resultado terá sido pior para o escritor britânico do que para o actor, já que Morton se arrisca a ser processado por difamação, sobretudo por acusações que tratam o envolvimento de Cruise com a Igreja da Cientologia. Segundo a Wikipédia, “Tom Cruise – Biografia Não Autorizada” (Oceanos) é, à data, o nono entre os dez livros mais vendidos pela empresa de comércio electrónico Amazon (http://www.amazon.com/).

Também Paul Mccartney foi forçado a desmentir em público informações publicadas na biografia não autorizada “John:The Life” (HarperCollins), sobre John Lennon. O autor, Philip Norman, afirma que segundo pesquisas que fez sobre a vida do ex-Beatle, assassinado em Dezembro de 1980, este escondia uma atracção sexual secreta pela mãe e por...Paul. Um pouco na linha de “Beatles – A História Secreta” (Ulisseia), da dupla Avalon e Geoffrey Giuliano.

Outro exemplos de uma personalidade cujo passado foi adulterado, para não dizer a própria História, é Walt Disney. A herdeira do mestre dos desenhos animados resolveu erguer um Museu sobre a vida e obra de Disney (1901-1966) para melhorar a imagem pública do pai. «Tudo começou com um livro horrível do qual jornalistas de todo o mundo tiraram proveito», disse recentemente Diane Disney ao “The New York Times”. Na biografia “Walt Disney - O Príncipe Negro de Hollywood “(Bertrand), Marc Eliot desconstrói todo o passado do homem que colocou ratos e patos a falar e reinventa toda uma versão obscura, escondida por trás da fachada de génio e homem de sucesso. Um dos mitos é que Disney foi conservado criogenicamente até aos dias de hoje. Diane diz mesmo que graças à falta de registos sobre o pai «há pessoas que acham que não foi uma pessoa de verdade, mas apenas uma assinatura, um logo de uma empresa».

Monarcas recriadas

Mas, nem sempre ficcionar implica denegrir. O século XX ficou marcado pela chegada da biografia romanceada. Entre os mestres dessa nova corrente, através da qual o autor recria o material pesquisado sobre a vida dos biografados, encontram-se escritores como Stefan Zweig, Emil Ludwig, André Maurois ou Romain Rolland.

«O registo romance permite insuflar vida às pessoas que viveram há 600 anos, permite a liberdade de poder entrar na sua pele e sentir o que sentiam, e ver o mundo pelos seus olhos», diz Isabel Stillwel, autora de "Filipa de Lencastre, A Rainha que mudou Portugal" e “Catarina de Bragança”, (ambos pela Esfera dos Livros). Mantendo o rigoroso registo de detalhes, datas e acontecimentos de uma biografia histórica, Stilwell aventurou-se a narrar a vida das Rainhas, exercício que esconde um exaustivo trabalho de pesquisa. A autora explica que, além das leituras, o método passa por eleger lugares importantes para as biografadas e visitar esses lugares: «é como se encontrasse as pessoas, as suas vozes, os seus olhos, entre as pedras, os carvalhos e as faias que crescem no jardim, à beira do rio que passa à porta». "Filipa de Lencastre - A Rainha que Mudou Portugal" vai na 13ª edição, com mais de 25 mil exemplares vendidos, e voltou aos escaparates com a recente canonização de D. Nuno Álvares Pereira, uma das personagens importantes do livro.

As biografias da Monarquia estão muito presentes nas livrarias portuguesas. “D. Maria – A Rainha Louca” (Esfera dos Livros), de Luísa Viana de Paiva Boléo, é um exemplo, bem como as compilações “As Nove Magníficas – O Fascínio do Poder” (de mesma editora), de Helena Sacadura Cabral, ou "As Quatro Rainhas – Retrato Fascinante de uma Família Medieval" (Bertrand), de Nancy Goldstone. «Foram durante décadas desconhecidas. Eram quase retratadas nos nossos livros de leitura a papel químico: devotas, santas, sem qualquer personalidade própria, como se fossem figuras etéreas. Os escritores são provavelmente mais capazes de captar o interesse dos leitores sem se deixarem prender pelo medo de uma crítica mais ortodoxa que, se pudesse, tornava todos os romances históricos chatos e indecifráveis», justifica Stilwell.

Ir à bola com os livros

“Mário Jardel – Os Meus Segredos” (PrimeBooks) foi a primeira biografia de um jogador de futebol a ser lançada em Portugal em 20 anos. Estávamos em 2002. Depois disso, o jornalista Luís Miguel Pereira, autor do livro, já publicou 19 títulos sobre futebol. «O meu raciocínio foi lógico: se os livros sobre futebol funcionavam em mercados tão evoluídos como Inglaterra, Itália ou Espanha, porque não haveria de acontecer o mesmo em Portugal? Lancei o desafio ao Jardel, porque o momento era oportuno [estava no auge da carreira]».

De um modo geral as biografias contam a vida de alguém depois da sua morte, porém «um futebolista com 35 anos é considerado em final de carreira, ou seja, já se aceita que se escreva a história da sua vida (profissional) porque já a viveu, de facto» explica Luís Miguel Pereira. E acrescenta: «Também não é indiferente o ‘timing’ do mercado. Um livro sobre um jogador de futebol tem mais visibilidade se for lançado enquanto ele está ainda no activo».

Até 2002 o mercado da biografia desportiva era quase inexistente. Quando foi lançada, a biografia de Jardel vendeu cerca de 12 mil exemplares. A partir daí, a PrimeBooks nunca mais parou – hoje, 65% da edição da casa está relacionada com futebol ou desporto. Na lista estão biografias de Pauleta (36 anos), Ricardo (33 anos), Jorge Costa (38 anos), Liedson (32 anos), Mantorras (27 anos) e Cristiano Ronaldo (27 anos). Deco (32 anos) é jogador campeão, com mais de 21 mil exemplares vendidos.

E, para que não se pense que este "mundo redondo" é apenas habitado pelos craques do relvado, Pinto da Costa atreveu-se na escrita, contando-nos a sua versão de uma vida reconhecidamente preenchida, dando à estampa o livro "Largos Dias Têm Cem Anos - Autobiografia de Pinto da Costa" (Ideias & Rumos).

Contudo, o líder indiscutível deste «mercado de paixões», como lhe chama Luís Miguel Pereira, é José Mourinho, o português vivo mais biografado de sempre. «Cada livro sobre ele é uma aposta ganha», remata Jaime Cancella Abreu, editor da Prime Books. “Um Ciclo de Vitórias” (Primebboks), a sua biografia oficial, escrita por Luís Lourenço, vendeu mais de 70 mil exemplares, só em Portugal. Foi também editado em Inglaterra, Japão, Grécia e Turquia. No total foram vendidos cerca de 150 mil livros.

Para este editor, o importante é as biografias «darem a possibilidade às pessoas de conhecerem os jogadores». E Luís Miguel Pereira acredita que «muitos dos que compraram a biografia do Mário Jardel, leram um livro pela primeira vez. Basta que isso tenha acontecido com uma pessoa para sentir que já valeu a pena».

Artes biográficas

Além do futebol, a Prime Books publicou já as biografias oficiais de Jorge Palma (“Na Palma da Mão”; Pedro Teixeira), Rui Veloso (“Os Vês pelos Bês”; Ana Mesquita) e a dupla Anjos (“Na Alma dos Anjos”; Nelson e Sérgio Rosado). Segundo Jaime Cancella de Abreu a publicação de biografias de músicos é outro segmento «pouco explorado pelo mercado nacional». E, mesmo que mais debruçadas sobre o trabalho ou obra do biografado, as biografias podem ainda assumir diferentes formatos. É o caso das fotobiografias, um género onde o texto e as imagens recolhidas constituem a forma de contar uma vida. Entre os vários exemplos recentes, encontramos “Olga Roriz” (Assírio & Alvim), “Manoel de Oliveira – Cem anos” (Cinemateca Portuguesa) ou a colecção “Fotobiografias do Séc. XX” (Círculo de Leitores), sob direcção de Joaquim Vieira.
Certo é que as motivações para a publicação de biografias dependem cada vez mais do nível de popularidade do biografado, ou pura e simplesmente de modas e fenómenos sociais. Tal como as motivações para a leitura deixaram de ser uma questão de moralismo ou patriotismo para serem movidas apenas pela curiosidade. Sejam elas políticas, artísticas, desportivas ou aliada a outras áreas como, por exemplo, o cinema – a emergência dos ‘biopics’ é acompanhada de perto pela indústria livreira – note-se a actual abundância de publicações sobre a vida de Che Guevara nas livrarias, por altura da estreia dasfita de Steven Soderbergh.

Mas, mesmo subjugadas à ditadura do ‘timing’, há biografias que são imortais. Há precisamente 50 anos Richard Ellmann publicava “James Joyce” , obra que lhe valeu o National Book Award, considerada por muitos a melhor biografia do século XX.

Estará “A Minha Herança” votado à eternidade? Maria Filomena Mónica acha que sim: «o livro é uma obra-prima, apenas comparável a outra, a de Winston Churchill». “Os Meus Primeiros Anos” (Guerra & Paz), valeu ao primeiro-ministro britânico o Prémio Nobel da Literatura, juntamente com as suas “Memórias da Segunda Guerra Mundial” (Nova Fronteira).
E falando do Nobel da Literatura, ainda muito recentemente o jornalista João Céu e Silva publicou uma extensa e apelativa obra em torno do nosso Nobel, "Uma Longa Viagem com José Saramago" (Porto Editora), um trabalho realizado a partir de muitas horas de entrevistas com o escritor, cruzando posteriormente as respostas com a análise de diversas personalidades. O resultado é um mosaico humano, onde podemos encontrar as diferentes facetas do autor de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo". Um óptimo exemplo das possibilidades que se abrem com a estreita colaboração entre entrevistador e entrevistado.

Mas, como lembra Filomena Mónica, muitos antes, já dizia Benjamin Disraeli (1804–1881) no seu “Contarini Fleming”: «Levantai-vos cedo e lede regularmente durante três horas. Não História, apenas biografias, pois é aqui que encontrareis a vida sem teoria.»