quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ontem no Público

«Contudo, e segundo confirmou o administrador da insolvência, Fernando Cruz Dias, não houve qualquer operação de aquisição entre as duas entidades. Apesar de não ter comprado a Buchholz, a Fundação Agostinho Fernandes anunciou em Junho do ano passado o relançamento da livraria emblemática e a abertura de novas lojas. Mas nada, para além do nome, liga a Livraria Buchholz Limitada aos dois novos espaços entretanto inauguradas em Lisboa, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro (nos antigos armazéns da Sá da Costa), e em Aveiro.

"A responsável da Buchholz fez um acordo com a Portugália Editores e Sá da Costa para utilização do nome. Essa utilização está a ser contestada pelos credores", explicou Fernando Cruz Dias, adiantando que aguarda os resultados de uma pesquisa sobre a existência do registo da marca.

[...]O descontentamento com a gestão da fundação subiu de tom durante a assembleia de credores da Buchholz, realizada em finais de Abril. Ex-trabalhadoras da livraria mostraram facturas de livros comprados na loja da Duque de Palmela, entretanto encerrada, que ostentam o nome e o número de contribuinte da Portugália.»

[...]Fornecedores e colaboradores contactados pelo PÚBLICO denunciam dívidas e atrasos de pagamentos. Vasco Guerra, da Tipografia Guerra, levou a tribunal dívidas da Sá da Costa. José da Ponte, da distribuidora Sodilivros, também accionou processos para cobrança de dívidas da editora. "Mantivemos relações comerciais vantajosas para ambas as partes até ter aparecido a intervenção na gestão por parte das pessoas dessa fundação. Daí para diante nunca mais vendemos um único livro, nem conseguimos receber qualquer pagamento", afirmou. O projecto editorial seduziu o designer Henrique Cayatte, que foi contactado para criar a nova imagem do grupo. "Ficaram a dever dinheiro ao meu ateliê e a muitos colaboradores e fornecedores. Não sei como é possível dever dinheiro e ao mesmo tempo comprar uma editora", questiona.

Ricardo Machaqueiro, que escreveu parte dos textos de uma revista editada pela fundação, diz que nunca teve o prometido contrato de trabalho e nos cinco meses em que foi responsável de comunicação recebeu apenas um salário. Os colaboradores recebiam em prestações, sem direito a subsídio de férias e de Natal.»

A seguir com atenção esta investigação de Ana Rute Silva.
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