Domingo, 17 de Maio, último dia da 79.ª Feira do Livro de Lisboa 2009.
O último dia da Feira do Livro é sempre uma coisa interessante de ver. Existe um frenesi de gente a tentar comprar tudo o que pode, a gastar mais do que deve por saber que amanhã não pode.
De um lado gente desesperada em busca de «mais um livro, um livro qualquer», do outro editores com um sorriso nos lábios a dizer, desculpe mas esse já esgotou.
E a verdade foi essa. Por entre os inúmeros editores com que nos fomos cruzando todos nos iam dando contas do sucesso comercial deste ano - os best sellers a voar e os fundos a escoar -, com várias obras que habitualmente têm uma venda muito baixa a contarem com 60 a 80 livros vendidos ao longo da Feira (quem passasse pela Penguin - Tinta da China - veria que só sobravam restos daquilo que foi o fundo inicial).
Mas o dia de ontem foi também pródigo em gente e actividades.
Na praça LeYa as pessoas amontoavam-se para estarem com os seus autores (António Lobo Antunes, Lídia Jorge, Urbano Tavares Rodrigues, Ana Zanatti, Alice Vieira, Ana Maria Magalhães, José Eduardo Agualusa, Isabel do Carmo, Gonçalo M. Tavares, Daniel Sampaio, Eduardo Sá, entre vários outros), sendo de destacar a surpresa de vermos pela primeira vez a última obra de José Eduardo Agualusa, «Barroco Tropical».
Pelo restante espaço da Feira as animações sucediam-se, com uma multidão de crianças a acotovelarem-se para conseguirem comprar a quase metade do preço as obras de Gerónimo Stilton, que esteve no recinto a autografar as obras. No espaço Presença também destaque para Torey Hayden e Filipe Faria, que foram também um sucesso em termos de autógrafos.
Entre os autores presentes também podíamos encontrar João Tordo, Pedro Paixão, Nuno Crato, Maria Elisa ou Mário Zambujal.
O tempo manteve-se bom, com o sol a apadrinhar este último dia, tendo-se levantado algum vento a partir das 20:00. Feitas as contas, dos 18 dias de Feira, houve somente a registar um dia de chuva (sábado, dia 9), tendo a primeira semana sido um verão antecipado, e o tempo posterior a 9 de Maio uma primavera fresca e pouco nublada. Cumpriu-se a tradição da chuva na Feira do Livro.
Outro facto a realçar foi o do agrado dos editores em relação ao conceito de praças, onde todas as actividades que lá se passavam rapidamente viam o número de espectadores a multiplicar, tendo em conta os anos anteriores.
O debate de ontem foi sobre religião, com Sara Belo Luís a moderar uma mesa interconfessional com o pd. José Tolentino Mendonça, o director da Sinagoga de Lisboa Alan Hayat e o pregador protestante Tiago Cavaco, que falaram em torno da figura histórica e mítica de Jesus, e aquilo que os livros nos ensinam sobre ele.
Acaba a feira com a certeza de que foi uma boa feira, de que todas as pessoas - visitantes, participantes, imprensa e organização - ficaram contentes com a Nova Feira do Livro, esperando que no próximo ano se possam limar as poucas falhas que neste primeiro ano existiram.
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