segunda-feira, 9 de março de 2009

Notícia Editorial do Ano: revelamos a identidade de Rogério Casanova!

Outros avistamentos de Rogério Casanova:

“[…] talvez estivesse a pensar no sentido que faz partilhar a mesa com alguma gente bruta, que ignora o encanto das flat racings mas que sua as estopinhas para alcançar o último pastel de bacalhau da mesa, e eu compreendo, suo, como, e não me atrevo da olhá-lo de frente, quem sabe não gostou do retrato que lhe fiz, não arrisco um cruzar de íris para não o enervar[…]”
Pedro Vieira

“[…] Tudo para escapar ao convidado especial que por acaso era vagamente parecido com o rapaz que vi no metro, o rapaz que vi no café. O Rogério Casanova, em carne e osso. E não estava a ler nenhum livro. Rogério Casanova preparava-se para comer bacalhau com grão com a mesma displicência com que fala de Pynchon e de outras coisas.
Passei o jantar todo a dizer a mim própria - para não me distrair - coisas do género: em momento algum esquecer que o gajo não sabe andar de bicicleta, que roubou uma esferográfica ao Martin Amis e que tem uma mãe omnipresente.
E depois aconteceu aquilo.[…]”
Isabel Coutinho

“[…] descrever a descarga eléctrica que encheu de luz e pavor a Licorista, parece-me capaz de se aguentar à bronca. Vou resumir então a coisa ao mais minimalista dos inventários: sapatos Manolo Blahnik com tacos agulha de dez andares e uma cobertura de cristais Swarowski, a desenhar um R num dos pés e um S no outro; um vestido metalizado com fechos em ouro, resultado de um brainstorming que juntasse Jean-Paul Gaultier depois de uma tarde a contemplar os operários nos estaleiros de Saint-Nazaire, o par Dolce & Gabbana a ressacar de uma festa onde as drogas tinham nomes de cometas e Fátima Lopes, convalescente de uma operação plástica à sua franja. Por cima disto tudo: um top em angorá, cor fúchsia; um gorro de astracã; uma écharpe em caxemira com delicados padrões fractais; e um crachá branco com letras vermelhas, que diz: «Eu sei onde mora o Thomas Pynchon. Pergunte-me como».[…]”
José Mário Silva

“No grupo havia dois adeptos benfiquistas e Casanova ameaçou dançar flamenco sobre as mesas (há quem garanta que dançou mesmo, mas na ocasião vim para a rua fumar) para tripudiar Quique Flores, garantindo que tripudiar significa «saltar ou dançar batendo com os pés; sapatear, etc.». […]No final, quem quis fumar teve de vir para a rua. Rogério Casanova foi abordado por duas vezes por cidadãs suíças (havia uma convenção algures) que lhe pediam cigarros, e ele recomendou-lhes que fossem ao Animatógrafo do Rossio onde haveria Peter Stuyvesant de contrabando (não havia, caso contrário eu saberia) […]”
Francisco José Viegas

Nota: de todas as versões a de Isabel Coutinho é a mais viável, pois foi a única que não tocou em álcool a noite inteira.
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