terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Análise da conferência de imprensa da Porto Editora no Hotel Altis

Na passada quinta-feira decorreu no Hotel Altis (Lisboa) o anúncio das novidades das divisões literárias da Porto Editora para os primeiros quatro meses do ano. Sobre este assunto, já aqui fizemos alguns posts, dando conta do que ali foi relatado. Esta cobertura foi ainda complementada com a nossa página no Twitter. A somar a esta cobertura do Blogtailors, juntaram-se outros bloggers, casos de o Bibliotecário de Babel e d’O cadeirão de Voltaire, que igualmente focaram o assunto. A imprensa tradicional foi generosa e deu nos seus meios espaço a este evento: na sua edição física (casos do Correio da Manhã, na página 37 do dia 23.01.2009, do Diário de Notícias na página 39, ou do Jornal de Notícias na página 41, do mesmo dia); na sua edição digital, em grande parte devido à cobertura da Lusa, que disseminou a informação por vários outros meios, nomeadamente RTP, Expresso ou Jornal de Notícias.

Naturalmente, assegurando-se esta cobertura, dá-se o fenómeno de multiplicação das notícias por toda a blogosfera e outros sites adjacentes a estas temáticas, casos da Biblioteca Municipal de Celorico de Basto Prof. Marcelo Rebelo de Sousa ou do Portal PTNet Literatura.

Este levantamento está longe de ser exaustivo (houve decerto outras inserções), tendo sido obtido a partir de uma pequena pesquisa.

Dissecando a conferência de imprensa, o que encontramos?

Uma sala alugada no Altis, com capacidade de projecção de slides e algumas cadeiras para jornalistas, aos quais foi distribuído um press release em cd, acompanhado das obras já produzidas durante o mês de Janeiro.

A apresentação das novidades foi feita pelos responsáveis editoriais (Manuel Alberto Valente, Cláudia Gomes) e pelo responsável de comunicação da Porto Editora (Paulo Gonçalves). A assessorar a mesa, mais alguns profissionais, amáveis e disponíveis para qualquer esclarecimento ou cedência de um espaço para ligar o equipamento informático (como foi o nosso caso).

Seguiu-se para os que assim o desejaram, um almoço modesto (sopa, prato principal, sobremesa e café).

A iniciativa no Hotel Altis, junto a grande parte das redacções, conseguiu agregar numa só sala cerca de 30 jornalistas. O custo para ter 30 jornalistas de imprensa, rádio e televisão numa sala, presos numa sala a ouvir o que a Porto Editora tinha para dizer? Não tenho valores concretos, mas diria qualquer coisa como 1500 euros (incluindo o aluguer da sala e os almoços). Somem-se por isso mais 250 euros para deslocações e alojamento, pois algumas pessoas vieram do Porto no dia anterior.

Dito desta forma, a conclusão poderá ser simples de tirar para algumas editoras – não possuem 1750 euros para fazer uma conferência de imprensa. É justo. É correcto. É verdadeiro. Mas e 85 euros para promover uma obra, têm?

A Porto Editora apresentou ali cerca de 20 novidades, pelo que dividindo o valor total pelo número de novidades chegaremos ao valor dos 85 euros. Mas a Porto Editora conseguiu muito mais. Com este evento, a Porto Editora, mais do que espaço nos meios de comunicação, conseguiu gerar goodwill para a marca. Conseguiu um espaço agradável de confraternização entre colegas – em volta de um Francisco José Viegas e de um Luís Caetano, isolados pelo prazer de um cigarro, gerou-se uma roda gigante que agregou mais de metade de toda a audiência (fumadores e não fumadores). Através dos seus profissionais, nomeadamente Paulo Gonçalves que enquanto Relações Públicas da editora recebeu e despediu-se de todos os presentes, conseguiu fortalecer os laços com a comunicação social, abrindo desta forma canais futuros para dar continuidade ao trabalho aqui iniciado.

Por fim, ao estar disponível para divulgar aos jornalistas o seu planeamento editorial, a Porto Editora foi ainda capaz de dar resposta a um dos principais problemas com que os jornalistas por vezes se deparam: o desconhecimento da linha editorial das editoras.

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