segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Edições pagas pelos próprios editores, perdão, autores

O JN publica publicou no passado dia 26 uma peça que dá conta do crescente negócio das edições pagas pelos próprios autores. Muitas vezes, com valores que rondam (mínimo) os 3000 euros. Excertos:

«...as edições de autor com chancela - modalidade em que o autor cobre, total ou parcialmente, os custos da edição, através da compra de um número elevado de exemplares - estão a assumir-se, cada vez mais, como uma alternativa a quem acalenta há anos a esperança de publicar um livro, mas nunca obteve qualquer resposta por parte das editoras convencionais.».
(...)
Com uma média mensal de 30 livros publicados, a Papiro - propriedade do grupo Fólio, ligado ao matutino "Primeiro de Janeiro" - é a maior empresa deste segmento. O administrador Francisco Linhares reconhece ser "um bom negócio", porque "os custos da edição estão, à partida, pagos", mas atribui a situação desafogada da empresa à "gestão profissional, muito apertada em termos financeiros".

Enquanto na Papiro "praticamente todas as edições são pagas pelos autores", a Folheto publica apenas 30% dos livros neste regime. Na percentagem restante, a editora, criada em Leiria há seis anos, tem publicado livros de figuras nacionais, como Artur Agostinho. A importância das edições comparticipadas é considerada fundamental pelo director Adélio Amaro porque "existe um conjunto de formalismos que não permite a um autor, de forma isolada, promover o seu trabalho. É para tal que existem as editoras: promover o autor e o trabalho do mesmo".»

O JN publica ainda a história de Fernando Morais, poeta que elabora e financia as suas próprias edições. Aqui: «há longos anos que financia as próprias edições, distribuídas entre amigos e conhecidos a preços irrisórios. Os livros mais recentes são brochuras artesanais que o próprio faz no computador e imprime em lojas de fotocópias com tiragens limitadas de 50 exemplares que vai reimprimindo consoante a procura».