Luis Graça, num comentário ao post que transcrevia excertos da entrevista de Inês Pedrosa ao Público, aponta as potencialidades da Casa:
«Com dinheiro pode-se fazer muita coisa.
Sem dinheiro também.
Com dinheiro pode-se fazer muita coisa...mais bem feita do que sem dinheiro. Tendencialmente.
A Casa Fernando Pessoa começa por ser um espaço físico. De elevado valor espacial e afectivo.
Preencher esse espaço físico com iniciativas não implica só dinheiro. Há muitas iniciativas viáveis, com a colaboração altruísta dos intervenientes.
Para editar a "Tabacaria" (revista de grande qualidade) é preciso dinheiro. Sem dúvida. Para realizar um encontro com poetas radicados em Lisboa...é preciso apenas organização, datas, boa vontade.
Senti-me sempre muito grato e muito honrado por todas as ocasiões em que estive atrás da mesa na Casa Fernando Pessoa.
Nunca me passou pela cabeça receber dinheiro. Muito menos com o produto das vendas de um postal com um poema meu ("Somália"), resultante de um encontro realizado pela Locomotiva Azul e acolhido pela Casa Fernando Pessoa, nos seus primeiros tempos.
Para realizar iniciativas, a custo zero, na Casa Fernando Pessoa, há que contar com a boa vontade das pessoas. Sem dúvida. Mas ela existe, de forma pronunciada.
Sempre houve belíssimas iniciativas na Casa Fernando Pessoa, e a crise já vai com uns anitos.
Recuperar a "Tabacaria" parece-me primordial. E também os encontros "Primavera em Lisboa", organizados em parceria com o PEN CLUBE. Isto sim, já "manda ventarolas" em termos financeiros.
Mas a mais-valia de ter um espaço prestigiado disponível pode ser muito bem aproveitada sem grandes fortunas. »