terça-feira, 25 de novembro de 2008

Byblos, por João Miguel Tavares (Governo Sombra)

«Manda o culturalmente correcto que vertamos uma lágrima sempre que fecha uma livraria. Mas a verdade é que a Byblos estava condenada à partida. Abrir a maior livraria do país num local onde não há metro, nem sítio para estacionar o carro, nem comércio, nem gente? Está bem que o senhor Américo Areal não é de Lisboa, mas alguém lhe devia ter explicado onde ficavam as Amoreiras, e, já agora, a diferença entre a zona das Amoreiras e o Centro Comercial das Amoreiras. De nada valem 150 mil títulos, centenas de metros quadrados, pesquisa por rádio frequência, um lindo fundo de catálogo, e mais sei lá o quê, quando falta o mais importante - pessoas, de preferência munidas de carteira. Mesmo a Fnac, que é a Fnac, não tem uma única loja em Lisboa fora de um centro comercial. Porque será? Guardem as lágrimas culturais para quando realmente valer a pena. Isto não é nenhuma tragédia de dimensões byblicas. Isto é apenas um estúpido erro de gestão.»

Retirado daqui.