quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Prémio LeYa - nota de imprensa

«Depois de reunir nos dias 13 e 14 de Outubro, em Lisboa, para apreciar as oito obras finalistas, o Júri do Prémio Leya deliberou conceder a primeira edição do Prémio Leya ao romance O RASTRO DO JAGUAR, de Murilo António de Carvalho, jornalista e realizador brasileiro.

Lia-se na acta do júri a seguinte apreciação: «Obra de fôlego, que refigura uma vasta erudição, O RASTRO DO JAGUAR combina narrativa histórica e arte poética, elaboração wagneriana e aura profética, de forma a prender o interesse da leitura por uma saga onde se conjugam a busca individual de raízes e o destino ameríndio, e que atravessa a França, Portugal, Brasil, Paraguai e Argentina, até ao final aberto sobre a demanda milenarista da Terra Sem Males.»

SOBRE O AUTOR DO ROMANCE VENCEDOR

MURILO ANTÓNIO DE CARVALHO é natural de Carvalhópolis, Minas Gerais, Brasil. Tem 60 anos e é jornalista. Mais recentemente tem-se dedicado à realização de documentários televisivos na área ambiental. No momento em que foi informado do Prémio Leya encontrava-se na Amazónia a gravar um documentário.

Jornalista, escritor, repórter e realizador de TV, Murilo é o repórter responsável pela realização do programa “Siga Bem Caminhoneiro”, que vai para o ar semanalmente no canal SBT, em rede nacional, há 15 anos no ar. É, igualmente, responsável pelo programa Rádio Caminhoneiro, com Sérgio Reis, transmitido por uma rede de 190 emissoras no Brasil, há 16 anos. É, também, autor do programa Rádio Atitude, com Ana Maria Braga e Louro José.

Foi redactor e criador de roteiros de anúncios publicitários para a empresa McCann-Ericson Publicidade, em São Paulo, tendo igualmente sido repórter especial do jornal Movimento, responsável pela secção Cenas Brasileiras, 1975/1980, e editor de Agropecuária da Folha de São Paulo, de 1981 a 1983.

Nos anos 80 foi Director dos Programas Agrojornal e Diário Rural, na TV Bandeirantes, em rede nacional de 1986-2004. Foi também Consultor da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e Editor executivo das publicações rurais e de agroecologia da Editora Abril.

Publicou os seguintes livros: “Raízes da Morte”, 1º prêmio no Concurso de Contos Fundepar, 1974, publicado pela Editora Ática em 1976; “Cenas Brasileiras, Histórias de Trabalhador” / Reportagens - Editora Brasiliense, 1976. Prefácio de Antonio Callado; “Cenas Brasileiras, Festas e Artistas Populares” Reportagens (com outros autores) / Editora Brasiliense, 1977; “A Cara Engraçada do Medo” / A vida do Bóias Frias – colhedores de café - Editora Hucitec, 1979; “O Sangue da Terra – A luta armada no campo” – Reportagens sobre conflitos de terra no País / Prefácio D. Pedro Casaldáliga / 1980; “Uma Viagem de Canoa de Minas Gerais ao Oceano Atlântico. História dos Vales do Rio das Velhas e do São Francisco” Fotografia de Ronaldo Kotcho / Edição Bilíngüe, Editora Raízes, 1986. Patrocínio Construtora Norberto Odebrecht; “Raso da Catarina – O grande deserto brasileiro” Fotografia de Silvestre Silva / Editora Raízes, 1987. Patrocínio Refinações de Milho, Brasil; “Cachaça, uma alegre história Brasileira” Fotografia de Silvestre Silva / Editora Raízes, 1988. Patrocínio Irmãos Muller, Caninha 51; “O Baixo Rio São Francisco – História de uma Conquista” Fotografia de José Caldas /Edição Bilíngüe/ Editora D e D, Rio de Janeiro, 1996. Patrocínio Coca Cola; “Flores dos Alimentos” / Edição Bilíngüe/ Editora Empresa das Artes, 1998. Fotografias de Silvestre Silva - Patrocínio Bosch; “Oparapitinga - Rio São Francisco” Fotografia de José Caldas em parceira com os escritores Walter Firmo, Frei Beto e Fernando Gabeira. Editora Casa da Palavra - Patrocínio Petrobras.

Na área do cinema e TV, Murilo Carvalho foi guionista do filme de longa metragem FRONTEIRA DAS ALMAS, dirigido por Hermano Penna, Prêmio de melhor roteiro no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. Murilo foi aidna guionista e realizador dos seguintes documentários/reportagens: “Pancararé, os índios do deserto”, a história dos Pancararé, um grupo indígena que se adaptou à vida do deserto do Raso da Catarina, na Bahia e sua recomposição como nação; “Do Oiapoque ao Chui – A rota dos caminhoneiros pelo Brasil”; “As grandes rotas da Europa”, uma série de documentários sobre as estradas europeias e o transporte de carga; “As montanhas de mármore”, um documentário sobre a produção de mármore em Carrara, na Itália e “Dos Fenícios ao povo de La Cerva”, sobre a irrigação através dos tempos na região desértica de Múrcia, em Espanha. Foi guionista e realizador do documentário “Plantas do Pantanal”, produzido em parceria com a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

“O Rasto do Jaguar”, com que agora venceu o Prémio Leya, foi o seu primeiro romance.


SOBRE OS ELEMENTOS DO JÚRI DO PRÉMIO LEYA


Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, Portugal, 1936)
(Presidente do Júri)

Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi activo dirigente estudantil. Foi fundador do CITAC - Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC - Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra - campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra. Dirigiu o jornal A Briosa, foi redactor da revista Vértice e colaborador da revista Via Latina. Escritor e poeta, recebeu vários prémios literários entre os quais o Prémio Pessoa, em 1999. É figura destacada na vida política portuguesa, sendo dirigente do Partido Socialista.

Nuno Júdice (Mexilhoeira Grande, Portugal, 1949)

Estudou Filologia Românica, em particular a literatura medieval ibérica. Cedo começou a sua actividade de crítico literário na revista O Tempo e o Modo. Figura influente da poesia contemporânea em Portugal, publicou vários livros de poesia, romances e ensaios, já traduzidos em diversas línguas.
Nas décadas de 80 e 90 viveu na Suíça e, mais tarde, regressou a Portugal para leccionar Literatura Comparada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 1996 criou a revista Tabacaria, com sede na Casa Fernando Pessoa. Recebeu, entre outros, o prémio de poesia Pablo Neruda (1973) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1994). Exerceu o cargo de Conselheiro Cultural na Embaixada de Portugal em Paris até 2003, ano do seu regresso a Lisboa.

José Carlos Seabra Pereira

Professor de Literatura Portuguesa e de Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Letras da Universidade Católica, leccionou na Universidade de Poitiers, em França, onde obteve o Doctorat de Troisième Cycle. É autor de numerosos trabalhos sobre temas de Literatura Portuguesa finissecular. Foi Presidente da Comissão Científica do Grupo de Estudos Românicos, Director do Instituto de Língua e Literatura Portuguesas e Membro da Comissão Coordenadora do Conselho Científico da FLUC.

Lourenço Joaquim da Costa Rosário (Marromeu, Moçambique, 1949)

Doutorado em Letras e Licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra e Bacharel em Filologia Românica pela Universidade de Lourenço Marques, é Reitor da Universidade Politécnica de Maputo, Professor Convidado na Universidade Eduardo Mondlane, na mesma cidade, Professor Associado na Universidade Nova de Lisboa e Professor Catedrático na Universidade de Lecce, Itália. Publicou várias obras e tem mais de uma centena de artigos e entrevistas publicadas em jornais, revistas científicas e informativas, sobre diversos temas. É Mestre de Conferências na Universidade de Santiago de Compostela, em Espanha, e na Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Para além de outras funções ligadas à defesa e preservação da língua portuguesa, faz também parte do seu vastíssimo currículo a Presidência do projecto Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa. Foi membro do Júri do Prémio Camões em 2003 e 2004 e do Concurso Ernst & Young 2007.


Rita Chaves

Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, Brasil, e Professora e coordenadora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na mesma instituição, é também investigadora associada do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. É, igualmente, uma conhecida crítica literária no seu país.

Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, n. 1941 em Benguela, Angola)

Um dos mais conhecidos autores africanos de língua portuguesa, estudou engenharia no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, transferindo-se mais tarde para o curso de Letras. Em 1963, torna-se militante do MPLA e, mais tarde, frequenta a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, berço dos ideais de independência. Exilado em França e na Argélia, gradua-se posteriormente em Sociologia. Em 1975, após a independência do seu país, é nomeado Vice-Ministro da Educação no governo de Agostinho Neto. Em 1997 ganha o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra e, em 2002, é galardoado com a Ordem de Rio Branco, Brasil. Actualmente, é professor de Sociologia na Faculdade de Arquitectura de Luanda, cidade onde reside.


Carlos Heitor Cony

Natural do Rio de Janeiro, Brasil, é jornalista e escritor, sendo colunista diário do jornal A Folha de São Paulo. Membro da Academia Brasileira de Letras, Cony é autor de 15 romances de diversos livros de crónicas e de adaptações de clássicos da literatura universal. Como romancista, conquistou alguns dos mais relevantes prémios literários do seu país, entre os quais quatro Jabutis, dois Livros do Ano, um Prémio Machado de Assis e, por duas ocasiões, o Prémio Manuel Antônio de Almeida.



SOBRE O PRÉMIO LEYA

A procura de novos talentos da língua portuguesa e a sua promoção internacional são prioridades da Leya. É convicção do grupo que o grande crescimento e enriquecimento das literaturas de língua portuguesa nos últimos anos justificam inteiramente, e até exigem, a criação de um prémio desta natureza; a notável adesão de concorrentes de todo o mundo lusófono é sinal do interesse que o Prémio gerou junto do público leitor e de toda a comunidade dos escritores de língua portuguesa.

Reveste-se também de grande importância a ampla promoção do prémio. A Leya divulgará o prémio e os seus vencedores em Portugal em toda a vasta área geográfica da língua portuguesa, porque essa é verdadeiramente a sua vocação e o seu campo de acção como grupo editorial. Com esta e outras iniciativas, a Leya contribuirá para a criação de uma verdadeira comunidade, tão diversa nas suas manifestações literárias e culturais, mas tão próxima pela utilização de uma língua comum.»