terça-feira, 7 de outubro de 2008

Artigo Textura - Parte 2/5

Tipologicamente, o mercado português era e, em certa medida, ainda é, uma amálgama de médias editoras generalistas − algumas delas já existente aquando do Estado Novo − e pequenos projectos individuais que nasceram com um objectivos mais culturais ou políticos do que empresariais, assim como outros projectos mais recentes e virados para o mercado, que trouxeram renovação e colocaram novas necessidades aos editores e exigências ao mercado.
No entanto, nenhum dos projectos ou editoras tinha uma posição de destaque ou vantagens competitivas – à excepção da Porto Editora, no livro escolar −, nem era visto como uma ameaça pela restante concorrência.

Em termos estruturais, as associações empresariais não têm tido um papel significativo, havendo ainda um elevado atraso em termos de estudo e investigação do mercado português, uma elevada falta de estatísticas e indicadores válidos (só ultimamente passou a haver estatísticas, fornecidas enquanto serviço pela GfK), de formação ou apoio.

A associar a este cenário mantinha-se a conhecida aleatoriedade deste mercado, o seu crescimento lento e um certo conservadorismo que impedia determinadas práticas.

Perante este panorama, poucos eram os investidores externos ou internacionais que arriscavam entrar neste mercado, e poucos eram aqueles que, estando nele, se viam na necessidade ou tinham a visão de investir e crescer – de destacar positivamente a Editorial Presença, as Edições Asa, a Porto Editora e outros projectos que, tendo nascido posteriormente, demonstraram essa capacidade, como a Oficina do Livro ou a Cavalo de Ferro.

(a continuar)