terça-feira, 10 de junho de 2008

Os brindes da D. Quixote

Osvaldo Silvestre, n'Os Livros Ardem Mal, assina uma bem-humorada crítica aos brindes da D. Quixote.

Na sua aventura de comprar a última obra de Mário Cláudio, vê-se obrigado a ter de oferta Medeia de Eurípides.

Ficariam contentes? Osvaldo Manuel Silvestre não, mas explica.

«Com a saturação de brindes que o mercado hoje nos oferece – e basta, para isso, ir até ao quiosque comprar o jornal -, o verdadeiro brinde é o que consiste em não nos oferecerem nada para lá do que compramos, tanto mais que, convenhamos, não há tempo para «consumir» tanto brinde. Depois, tenho dificuldade em aceitar que uma Medeia possa ser brinde, a não ser em regime de humor negro… Finalmente, se estes 2 livrinhos custam 10,01 €, e se eu só queria Boa Noite, Senhor Soares, como consumidor parecer-me-ia mais curial que a D. Quixote permitisse que os cidadãos na minha situação adquirissem apenas essa novela, talvez por 6 €, o que é preço mais que aceitável para um livrinho desta dimensão. Sobretudo, parece-me dispensável que se chame a isto «oferta», quando nitidamente o preço, apesar das aparências em contrário, não é, de facto, de amigo. »