Guilherme Valente dirigiu ao DN uma carta. Nesta carta, o editor deixava clara a admiração pelo escritor António Lobo Antunes. Mas sem deixar de frisar que jamais aliciaria um autor com laços a uma editora concorrente. Aqui fica o registo dessa carta, publicada na página 9 do passado dia 28 de Junho no DN.
«Julgo compreender a razão do equívoco, mas como factos são factos, devo esclarecer que nunca fiz qualquer proposta ao escritor António Lobo Antunes que, no entanto, obviamente, muito admiro e cujas obras a Gradiva teria uma honra enorme em ter publicado.
Há anos, tive o gosto e o benefício de conhecer pessoalmente António Lobo Antunes e ele teve a atenção de me manifestar o apreço (num tom comparativo, diria a minha vaidade...) pelo que a Gradiva fez e é. Há meses, quando ele tornou público considerar a hipótese de não transitar para o Grupo Leya, contactei-o, e disse-lhe, naturalmente, por ser verdadeira o meu interesse mas também pela atenção e elegância que (me) merece, que se um dia decidisse mudar de editora gostaria que antes de qualquer decisão conversasse também comigo.
Quanto recentemente nos cruzámos na Feira do Livro, comunicou-me que tinha recebido propostas, convidando-me a fazer a da Gradiva. Repeti o que na outra ocasião, pelas mesmas razões, lhe dissera, ou seja, que a Gradiva nunca apresentou propostas a autores exclusivos de outras editoras e que só se ele se decidisse um dia sair da editora onde estivesse a ser editado, a Gradiva teria, então, o maior gosto em fazer-lhe uma proposta.
Continuamos, portanto, a não ceder à selva que aí está. E sendo a Gradiva o que é e como é, não resisto à vaidade de supor, aliás, que quando fazemos uma proposta a um autor ela é seguramente irrecusável.
Guilherme Valente»
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Correio do Leitor do DN: «A Gradiva e a estima por Lobo Antunes»
Postado por Booktailors - Consultores Editoriais às 11:18
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