terça-feira, 27 de maio de 2008

Feira do Livro do Porto, por Eduardo Pitta

Eduardo Pitta, como anunciámos, esteve este fim-de-semana na Feira do Livro do Porto. No Da Literatura, já podemos encontrar a sua apreciação à feira:
«...entra-se por uma enorme tenda de plástico, onde estão amontoadas várias editoras, não sei quantas, não contei, serão talvez trinta; ao fim de meia hora em passo de caracol — os corredores são estreitos, as pessoas são muitas, os “carrinhos de bebé”, às dezenas, têm o tamanho de monovolumes —, chega-se finalmente à nave do pavilhão. Uma vez lá, respira-se melhor. Concentra-se aqui o grosso das editoras. Gente para cá e para lá. Altifalantes anunciam que o autor X e o autor Y dão autógrafos no stand Z. Os stands são divisórias em cartão prensado, estando as editoras identificadas por tiras de papel branco, colado na vertical, cujo alinhamento superior não ultrapassa 1,60m. Resultado: qualquer criança mais espigada tapa essa tão original sinalização. Ao cérebro que planeou o layout da Feira decerto não ocorreu que a mole humana, unida em bloco, “engole” as chancelas. Achou que assim é que era bonito, e não pensou mais no assunto. Multibanco também não havia (no domingo à tarde), o sistema estava out, dando azo a que compradores já com os livros autografados, se vissem impedidos de os pagar. É a isto que chamam promoção da cultura?»