A última edição da newsmagazine Visão, (nº 779, 07.02.2008) traz um artigo sobre a Explorer Investments, dando voz Rodrigo Guimarães, responsável deste fundo de investimento. A reportagem tem o título “Negociador de (baixo) risco” e é assinada por Clara Teixeira. Páginas 50 a 55).
Alguns excertos:
A maioria dos editores não tinha uma postura de negócios. Faltava-lhes dimensão. Não diria que as editoras estavam mal geridas, mas a paixão pelo livro sobrepunha-se aos critérios de gestão.
O que fizemos foi tentar impor métodos que tivessem impacto nos resultados»[p.51]
«Sob gestão directa, existem dois fundos – o Explorer I, no valor de 62 milhões de euros, e o Explorer II, no valor de 200 milhões de euros, com uma duração de dez anos cada. Os três sócios têm uma participação superior a 70% na sociedade gestora, estando o restante capital nas mãos de duas instituições financeiras espanholas – a Caixanova e a Caja de Badajoz. «É de longe o maior fundo português de private equity. Puro.»[p.51-52]
«Não fazemos aquisição de empresas em reestruturação ou em dificuldades, não investimos em tecnologia, nem em start-ups. O que fazemos são LBO, MBO, MBI [ver glossário abaixo], capital em desenvolvimento...» (...) As empresas-alvo são escolhidas com todas as cautelas. Ou porque se querem expandir, fora ou dentro de Portugal, ou porque se posicionam para efectuar uma consolidação no mercado – como as editoras.» [p.52]
«Compram, entram na gestão das empresas, transformam tostões em milhóes e, passados cinco ano, vendem, com chorudas mais-valias. Às vezes, são ultrapassados pelo mercado. Na Alfasom [aluguer de equipamento audiovisual], «estivemos 20 meses. Multiplicámos por quatro vezes e meia o dinheiro do investimento, nesse espaço de tempo», exemplifica.»[p.53]
«... não receia o rótulo de que tudo o que compra é para vender aos espanhóis? «Não temos por objectivo vender qualquer das nossas empresas a espanhóis.»[p.53]
«Rodrigo Guimarães conta que entrou na Oficina do Livro com pés de lã, a comprovar a teoria de que nem todos os negócios são iguais. O empreendedor afirma seguir uma regra de ouro, no negócio dos livros. «Não se pode entrar numa editora como numa empresa industrial, fechando fábricas ou despedindo trabalhadores. A liberdade que se dá ao autor e ao editor é essencial. Não é só a lógica dos números. Term que se entrar com pinças.»
[p.53-54]
Glossário
Management Buyin: empresas que passam a ser geridas por uma nova equipa, que torna uma participação no capital, em conjunto com um investidor financeiro.
Management buyout: empresas adquiridas pelos seus gestores com o auxílio de um investidor financeiro.
Levereged Buyout: empresas em velocidade de cruzeiro, em que as alterações na estrutura accionista são financiadas com recurso a dívida.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Explorer Investments
Postado por Booktailors - Consultores Editoriais às 11:01
Marcadores: Fusões e Aquisições, Mercado do Livro