Naturalmente, a tradução de uma obra como Orlando Furioso traz consigo uma miríade de histórias. Ainda por cima daquelas que fomentam o boca-a-boca, capitalizando importantes sound bytes a favor da notoriedade da edição.
O artigo publicado hoje no Diário de Notícias dá voz ao silêncio e solidão de Margarida Periquito, durante a tradução da obra de Ludovico Ariosto, publicada no final de 2007 pela Cavalo de Ferro. Nele são contados alguns casos, dignos de um filme ou de um qualquer obsessivo-compulsivo.
«"Passava a vida aqui [o local de trabalho], em média dez horas por dia, às vezes 16. Não tinha sábados nem domingos. Não gozei uma única folga. Não saía de casa nem para ir ao café. Não lia jornais para não me distrair. No máximo, espreitava dez minutos do Telejornal."»...
O artigo, assinado por José Mário Silva, tem o título "A longa solidão da tradutora".