quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

BANG!

A revista BANG é da responsabilidade da Saída de Emergência. Tendo passado de suporte físico para digital, o seu editor (Luís Corte-Real) escreveu uma carta aberta, intitulada “Um regresso em Bang!”, que merece ser divulgada.

Da nossa parte aplaudimos a iniciativa. Não só porque a transposição foi feita de forma cuidada (adaptação do formato a5 para a4, para ser printer friendly), mas também porque iniciativas deste género trazem um inestimável goodwill para as marcas, que não deve nunca ser desprezado ou subestimado. Mais, ao trazer leitores para um género nem sempre falado, estão eles próprios a criar leitores. Ponto, vírgula. Leitores para a sua editora, ao afirmarem-se (e bem) na cabeça dos leitores como “a” editora da literatura fantástica.

A revista, disponível para download, pode ser encontrada aqui. Ou muito nos enganamos, ou vão existir bem mais do que 250 downloads

Aqui fica o texto de Luís Corte-Real:

«Era uma vez um projecto ambicioso para lançar uma revista de literatura fantástica em Portugal. Bang! era o seu nome. À frente deste projecto havia duas pessoas: eu e o Rogério Ribeiro (da Associação Épica). Arranjaram‑se autores portugueses, autores estrangeiros, tradutores, colaboradores para ensaios e críticas, uma gráfica com preços amigáveis e... nada. Ou melhor, quase nada. Depois de três números (porque o nº zero também conta), chegámos à conclusão que era trabalho a mais para colocar apenas 250 revistas nas livrarias. Revistas essas que se vendiam a 3.90€ cada (caras, portanto) e que mesmo assim não se conseguiam pagar (prejuízo, portanto). Para piorar as coisas, os livreiros ganhavam uma margem tão desinteressante que usavam as Bang! para amparar a perna mais curta do balcão ou forrar o fundo da gaiola do pardal. Chegámos portanto à conclusão que, das duas, uma: ou cancelávamos a Bang! ou encontrávamos uma alternativa. A alternativa que escolhemos foi a que tem em frente aos olhos. A Bang! deixou de ser uma revista com apenas 250 exemplares em papel para se transformar num PDF que contamos ter milhares de downloads. Passou do formato A5 para o A4 (printer friendly), e de 64 páginas para quase 90, aumentando assim o interesse de cada número e permitindo‑nos oferecer textos maiores como o conto A Novela da Chancela Negra (com 24 páginas e impossível de publicar na anterior versão da revista). Mas, mais importante, não só mantivemos a qualidade dos contistas e ensaístas, como estamos ainda mais exigentes nos conteúdos. Para terminar, a cereja no topo do bolo: agora a Bang! é inteiramente grátis! E o que é que pretendemos com esta revista? Queremos levar a literatura fantástica ao maior número possível de pessoas, apresentar autores incontornáveis do género, dar voz aos autores portugueses mais consagrados... e, em última instância, dar a conhecer novas vozes nacionais dentro do género. Neste número vai encontrar excelentes autores portugueses e nomes de referência do fantástico anglo-saxónico. Porque não queremos que a Bang! seja apenas ficção, convidámos David Soares e João Seixas para assumirem a responsabilidade dos ensaios. Para terminar, temos resenhas, uma antevisão do primeiro trimestre da Colecção Bang! da Saída de Emergência, e entrevistas a George R. R. Martin e a Octávio dos Santos, organizador da antologia de história alternativa A República Nunca Existiu! E para já é tudo! Resta‑me deixar os votos de uma excelente leitura e voltamos a ver‑nos dentro de três meses, já com o Rogério Ribeiro a acompanhar‑me na edição do número quatro. Um abraço fantástico! BANG!»