sábado, 15 de dezembro de 2007

Byblos: a tecnologia, analisada por Isabel Coutinho

A coluna Ciberescritas, de Isabel Coutinho, do suplemento Digital de hoje é dedicada à Byblos – na sua vertente mais tecnológica.

O texto, publicado na página 11 do referido suplemento, tem o título de Uma nova livraria em Lisboa e na Internet.

A livraria Byblos, que ontem abriu ao público em Lisboa, é o acontecimento da semana. Américo Areal, ex-proprietário das edições Asa, andou a visitar livrarias pelo mundo e quis trazer para a sua livraria em Lisboa o que mais lhe agradou. Por agora, há uma livraria no edifício Amoreiras Square, mas para o ano Areal quer abrir outra no Porto e a seguir, em outros locais do país. A Byblos tem um site na Internet que servirá antes de tudo como base do catálogo, que por agora tem 120 mil títulos disponíveis mas que vai chegar aos 150 mil. A seguir, e esta é uma das inovações da Byblos, cada cliente terá um cartão que, quando estiver activo, vai-lhe servir para muita coisa.

Imagine-se em casa, sentado ao seu computador, ligado à Internet e a ver o site da Byblos. Procura uma série de livros através da pesquisa detalhada e escolhe alguns para adicionar à lista de preferências. Nessa altura é-lhe pedido o seu nome de utilizador e palavra-chave, aquelas que deu quando se registou pela primeira vez no site. Fica então com uma série de livros na sua lista de preferência. Sai de casa e chega à livraria na Rua Carlos Alberto da Mota Pinto, nº 17, nas Amoreiras.

Aproxima o seu cartão de um dos 34 computadores com ecrãs tácteis que existem na livraria e a máquina reconhece o cliente e abre uma página com as suas indicações. Aí aparece, entre outras coisas (por exemplo, a agenda de eventos de temas que lhe interessem), a sua lista de preferências. Pode pedir à máquina para imprimir a lista. Nesse papel aparecem as referências da localização exacta de cada livro, porque as estantes (E), mesas (M) e gôndolas (G) da livraria estão numeradas e as respectivas prateleiras estão referenciadas por ordem alfabética.

E cada cliente pode ir procurar os seus livros sem precisar de passar por nenhum funcionário. Além disso, os responsáveis da Byblos ficam assim a saber quais os livros que são mais pesquisados e procurados, quais os seus gostos, etc. O cartão Byblos também serve de portamoedas. O cliente vai ao Multibanco e pode carregá-lo com a quantia que quiser. “Os pais podem dar aos filhos e serve como uma espécie de porta-moedas. E também é muito útil para quem faz compras na Internet”, explica Américo Areal. “Quanto se chega a casa e se vai ao site da livraria, aparece essa quantia no saldo e fazem-se as compras”, sem precisar de colocar o número do cartão de crédito, o que ainda assusta algumas pessoas.

Quando tudo estiver a funcionar na livraria nas Amoreiras, e como a Byblos utiliza a identificação por radiofrequência (RFID), vai ser possível chegar à caixa de pagamento e colocar os livros, DVDs CD ou videojogos que queremos comprar no tapete (numa pilha até 80 cm de altura), e a lista e a soma de todos os produtos aparecerá no ecrã numa fracção de segundo. Se o cliente tiver também o cartão da Byblos activo e com saldo poderá nem ter que se preocupar em pagar. Só precisa de o mostrar, que o sistema também o lê.

A partir de Março, a Byblos irá organizar semanas temáticas, com actividades dedicadas aos mais variados assuntos, que podem incluir uma prova de vinhos, uma mostra de queijos ou recitais de poesia. A agenda vai estar disponível online.