A sessão de ontem foi de tal forma preenchida que iremos abordá-la em mais do que um post.
Para já, segue um esboço com algumas das informações de que todos esperávamos.
De uma forma breve, poderemos começar por dizer que a sessão foi concorrida e durou até altas horas (00:30).
Tendo esta sido a primeira apresentação de Isaías Gomes Teixeira (que afinal pôde estar presente por motivos relacionados com a greve da TAP, substituindo à última hora o seu n.º 2, João Amaral) e do novo projecto à comunidade de editores, não podia ter tido melhor recepção, tendo contado com a presença de parte muito significativa da comunidade – alguns deles envolvidos nos processos de concentração –, ou representados por elementos de topo das suas estruturas.
Tendo começado de forma calma, Francisco Vale (Relógio d’Água) escolheu para escolha do mês obras de 3 editoras diferentes, 2 deles pertencentes a grupos editoriais, demonstrando à partida não partilhar da opinião que os grupos editoriais só publicam livros de menor valor e interesse.
Inês Pedrosa apresentou o seu livro futuro (a sair pela D. Quixote no próximo dia 22 de Novembro), cuja temática foi suscitada pelo CNC, pela celebração dos 400 anos do nascimento do Padre António Vieira (1608-2008), numa viagem pelo percurso dele pelo Brasil.
Iniciou-se depois o diálogo em torno do tema que a todos nos levava.
A primeira e mais importante questão que todos queríamos saber (não era propriamente o tema, que esse já foi discutido há trinta anos lá fora, como disse Carlos da Veiga Ferreira, da Teorema) era: o que é o grupo editorial Paes do Amaral.
Pelas palavras de Isaías Gomes Teixeira, é um grupo de irá durar mais do que os 3 ou 5 anos que muitos prognosticam.
O projecto deles é transnacional mas não translinguístico, pretendendo criar «o maior grupo editorial de língua portuguesa».
Para isso compraram em Portugal editoras com presença relevante nos países lusófonos (tanto no escolar, como a Texto, como no não escolar, como a Caminho), e pretendem comprar agora do outro lado do atlântico, apontando para editoras com presença lusófona (escolar e não escolar) e que tenham relevância em termos de autores de língua portuguesa.
Referiu ele que será um projecto para mais de 10 anos. A ver vamos.
Outros dados relevantes referidos por Isaías Gomes Teixeira:
O downsizing vai centrar-se no back-office, onde chegou a referir – desconheço se somente como exemplo – uma redução de 75% dos efectivos que verão a sua ligação terminada com as empresas ou que serão reconduzidos para outras funções e áreas ainda não exploradas actualmente.
Referiu também que todos os editores manterão a liberdade anterior, mas terão um «gestor de marca» (ou de produto) a trabalhar conjuntamente.
Outro dado interessante foi o facto de terem, no decorrer da sua explicação do processo de reorganização do grupo, e das necessidades de maior segmentação por parte das editoras compradas, actualmente uma quota de mercado totalmente absolutamente astronómica da literatura infanto-juvenil.
Mais d’a edição em desassossego brevemente.