sexta-feira, 12 de outubro de 2007

António Vilaça, gestor de formação, é uma das cabeças da Saída de Emergência que, em tempos idos, se chamou Fio da Navalha. O editor respondeu por e-mail às nossas questões, acentuando algumas das características que nesta editora são notórias, nomeadamente o cuidado gráfico levado a cabo em com cada uma das obras.


Como é que uma pequena e jovem editora se tornou rapidamente numa referência dos tops nacionais?
Não sei como isso aconteceu nem sei quais foram os passos que foram mais importantes para que isso esteja a acontecer.
Nós temos a nossa forma de trabalhar, e nunca pensámos “vamos fazer as coisas assim, porque, assim, estaremos nos tops”.
Tentamos fazer o melhor que podemos e sabemos e, felizmente, as coisas têm corrido bem.

Acham que a vossa formação de base, (um publicitário e outro das áreas da gestão) trouxe algo de positivo à forma de observar a edição?
Eu acho que funcionamos bem juntos. Mas, claramente, o talento a nível gráfico do meu irmão Luís, é espectacular e fundamental.

A Saída de Emergência veio preencher um espaço que estava em vago, ou criou novos mercados?
Não quero ser arrogante ao dizer que criámos um novo mercado. Acho que temos uma forma de estar um pouco diferente das outras editoras. (Pelo menos das mais tradicionais.)
Viemos apostar numa área que conhecíamos bem e que estava pouco explorada. Mas não acho que tenhamos criado um novo mercado. Achámos que havia um lugar para nós, e felizmente tem havido.

O catálogo da SDE assenta em áreas pouco exploradas pela concorrência. Foi intencional ou o vosso catálogo apenas traduz os vossos gostos?
Acho que acima de tudo o nosso catálogo é coerente porque é escolhido por nós.
Muitas vezes ouvimos os leitores dizerem que gostam de todos os nossos livros e que parece que estão todos ligados. Eu acho que o que acontece é que essas pessoas têm gostos parecidos com os nossos. Porque, na verdade, o nosso catálogo já não é de nicho e temos livros de praticamente todos os géneros literários.

Qual a diferença entre o fio da Navalha e a Saída de Emergência?
A Fio da Navalha foi o nome do nosso projecto inicial. Era o nome da nossa chancela até termos que o alterar.
Daí para a frente passámos a ser Saida de Emergência. Mas a editora e a filosofia são as mesmas. Apenas mudámos o nome. Temos até livros que na segunda edição passaram a ter a chancela Saída de Emergência.

Ainda se consideram uma pequena editora?
Nós não pensamos muito nisso. Fazemos as coisas à nossa maneira e temos vindo a crescer com o nosso “timing”. A referência que temos é daquilo que nos dizem. E, ao que parece, já não somos assim tão pequenos. Mas temos uma estrutura pequena.

E de que forma pode uma pequena editora furar o ruído e chamar a atenção dos leitores?
Não existe uma fórmula. Se houvesse uma fórmula de sucesso as coisas eram todas muito simples. Acho que é uma junção de muitos factores. Há muitas variáveis nos negócios e, nos livros, então, ainda mais. O negócio dos livros é muito peculiar e muitas vezes não sabemos explicar porque determinadas coisas não correm como planeado. (para bem ou para mal).
Nem sequer me sinto com o “saber” para dar qualquer fórmula a um pequeno editor. Somos jovens nas edições e haverá certamente pessoas mais qualificadas para responder a esta questão.

Nota-se que a SDE se preocupa graficamente com os seus produtos e tenta desenvolver todas as dimensões gráficas de apelo. Como vê essa concepção gráfica no contexto de marketing e de comunicação com os leitores?
Como disse anteriormente, acho fundamental. Nós temos uma imagem, e um livro tem que ser apelativo.

A SDE é distribuída por uma grande distribuidora (Bertrand). Dado serem uma editora de publicação mainstream quais vos parecem ser as principais vantagens e desvantagens dessa opção?
Achamos que a Distribuidora Bertrand tem feito um bom trabalho. Estamos satisfeitos.

2012, onde é que a Saída de Emergência pretende estar?
A Saída de Emergência pretende estar o melhor possível. Trabalhamos para ir mais longe. Temos projectos e ideias, mas não somos obcecados em estabelecer metas ou objectivos.

Vamos tentar fazer mais e melhor.
É a única coisa que podemos prometer aos nossos leitores.