segunda-feira, 1 de março de 2010

O embaraço de Sara Figueiredo Costa

«Apesar de algumas pessoas acreditarem que todos os escritores, jornalistas e críticos se conhecem (para além de, às vezes, acreditarem que todos partilham cabalas literárias em secretas reuniões), são amigos e jantam com frequência em casa uns dos outros, e apesar de momentos como as Correntes serem espaços privilegiados para os encontros, para além dos reencontros, a verdade é que continuo a ter algum pudor de me apresentar a um escritor se não tiver um motivo profissional (uma entrevista, por exemplo). (...) Vem isto tudo a propósito de Héctor Abad Faciolince, que está na Póvoa pela segunda vez consecutiva. Nunca tive coragem de dirigir-lhe mais do que um aceno cordial e de circunstância, à beira da mesa do pequeno almoço ou num relance entre o elevador e o átrio do hotel. E neste caso, não é apenas pudor, é mesmo total incapacidade de falar. Depois de ter lido, há um ano, Somos o Esquecimento que Seremos (Quetzal), não consigo olhar para Héctor Abad Faciolince sem que os olhos se me encham de lágrimas e sem que tenha para partilhar mais do que um silêncio (talvez eloquente, mas apenas para mim).» Ler na íntegra aqui.