segunda-feira, 1 de março de 2010

Entrevista ao vereador Luís Diamantino

«Se Manuela Ribeiro e Francisco Casanova são os braços das Correntes D'Escritas, Luís Diamantino é o rosto do principal evento literário do país, que terminou no passado sábado na Póvoa de Varzim (esta segunda-feira é possível ver a última mesa do certame, no Instituto Cervantes, em Lisboa, pelas 18h30). O vereador do pelouro da Cultura confirmou que a edição deste ano superou mais uma vez as expectativas, com o Auditório Municipal a ser novamente muito pequeno para acolher tanto público. Por isso, como revelou Diamantino, as Correntes D'Escritas vão mudar de local em 2012, concretamente para o Cine-Teatro Garrett. Mas há mais novidades para as próximas edições, como um novo prémio literário. (...)

Qual o balanço que faz das Correntes D'Escritas?
O balanço não é feito por nós, organização, mas pelas pessoas que aqui vieram, ou seja, o público, o leitor, além obviamente dos escritores. E felizmente que o retorno que temos recebido é novamente positivo. O Auditório Municipal encheu em todas as mesas, nove no total. Por acaso, hoje um espectador veio ter comigo e disse: "Parabéns, isto está cada vez melhor!" E é uma pessoa que vem desde o início, há 11 anos. Este ano tivemos connosco seis brasileiros que marcaram o hotel sozinhos, que pagaram as suas viagens e assistiram as Correntes D'Escritas, regressando ao seu país no sábado, último dia do evento. Pessoas oriundas do Rio de Janeiro que souberam das Correntes e apareceram por cá. Tivemos aqui também agentes literários da América Latina, da Alemanha, de França. Isto começa portanto a ter alguma importância para a própria indústria do livro.

Já que mencionou o Brasil, um dos problemas que hoje em dia tem um dos principais encontros literários do país, a FLIP, em Paraty, é ter crescido em demasia. A verdade é que isso começa a ser palpável nas Correntes D'Escritas, já que algum público é obrigado a sentar nas escadas ou assistir as mesas em pé porque não há cadeiras disponíveis para se sentar. Como a organização analisa esse crescimento? O Auditório Municipal parece que, de ano para ano, diminui de tamanho…
É verdade, tem razão. Mas nós só temos mais um ano em que estaremos aqui neste auditório e nestas instalações contíguas, onde decorre a Feira do Livro, apresentações de livros e dispomos de um pequeno bar. Em 2012, nas XIII Correntes D'Escritas, o número da sorte, o 13, que eu gosto muito, estaremos no Cine-Teatro Garrett, no centro da cidade, localizado numa zona pedonal. É um cinema-teatro que está a ser recuperado pela câmara municipal e terá 500 lugares sentados, quase o dobro deste aqui, que aliás fica numa zona um pouco periférica do centro da cidade. Teremos também espaço para exposições, por exemplo. Portanto, será um teatro e um auditório que receberá as Correntes com toda a dignidade, com tudo aquilo que as Correntes precisam. Depois, é um espaço localizado mesmo no centro da cidade, o que vai trazer animação também para a própria cidade em si, onde as pessoas poderão passear a pé pelas ruas comerciais, etc., etc. Portanto, esse problema de espaço estará resolvido dentro de dois anos.» Ler no Diário Digital.