segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Livros digitais não são prioridade para editoras portuguesas

«Apenas atentas, para já. Assim estão as maiores editoras portuguesas perante os livros digitais, mais conhecidos por eBooks. No rol de preocupações imediatas de quem gere o negócio há outros assuntos, desde o excesso de lançamentos, que encurtam o tempo de vida útil de cada livro, até à proliferação de fotocópias.

"Não estamos a fazer nenhum livro digital, mas estamos atentos a diversos domínios da tecnologia para perceber os hábitos das pessoas", disse ao CM o director editorial da Bertrand, Eduardo Boavida. Consciente de que os portugueses se interessam pelas novidades digitais, o responsável diz-se despreocupado, "até porque tem de existir sempre quem produza conteúdos".

Do lado da LeYa, o director de Comunicação José Menezes assume que a estratégia "está a ser debatida internamente e será divulgada em momento oportuno". O sigilo ainda é a palavra de ordem no maior grupo editorial de Portugal, embora não exista nenhum projecto em marcha.

Na Gradiva, editora dos livros de José Rodrigues dos Santos, também não há apostas em eBooks e, quando se justificar, o formato será complementar ao actual. "Não é uma ameaça", sustenta Helena Rafael.

Paulo Gonçalves, da Porto Editora, considera que a sua empresa é a que está mais preparada para receber o digital, "devido a anos e anos de aposta nos conteúdos em DVD, CD e telemóveis", mas afasta novidades no curto prazo. "A partir do momento em que se justificar, avançamos", sustentou.

A nível mundial variam as reacções dos escritores: a autora da saga «Harry Potter», J.K. Rowling, recusou ceder os direitos para a digitalização dos seus livros, mas Dan Brown, revelado em O Código Da Vinci, teve a obra mais recente, O Símbolo Perdido, mais adquirida na versão digital do que em papel na loja de compras on-line Amazon.» Ler no Correio da Manhã.