quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Empate técnico, por Jaime Bulhosa

«Afinal, qual vendeu mais: O Símbolo Perdido, de Dan Brown, ou Fúria Divina, de José Rodrigues dos Santos? Parece que a polémica se instalou de vez no mercado editorial português. Sejamos sinceros, se a comparação fosse feita no mercado mundial, o Dan Brown estaria a léguas de distância, mais ou menos à mesma distância a que o Benfica se encontra este ano do Sporting. Porém, tanto a Bertrand como a Gradiva reivindicam para si o mérito de terem editado o livro mais vendido em Portugal no ano passado, factor que por si só é indicador da qualidade das obras, como toda a gente sabe. Segundo os números disponibilizados pelas respectivas editoras, a diferença situa-se, dizem, na ordem das unidades. Qualquer coisa como 170 000 exemplares para O Símbolo Perdido, e 169 999 exemplares para a Fúria Divina. Perdão, acabam de me informar de que, aqui na Pó dos Livros, devolveram, neste preciso momento, um exemplar de O Símbolo Perdido, de Dan Brown. Este livro foi, por lapso, oferecido neste Natal a um senhor que na realidade desejava o Paraíso Perdido, de John Milton, que é, como todos sabemos, quase a mesma coisa. Ambos versam temas inescrutáveis, quase tão inescrutáveis como a realidade dos números da edição em Portugal. De maneira que ficamos, para desgosto não sei bem de quem, talvez dos mais nacionalistas, com um empate técnico.» Ler aqui.