quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Reinhard Mohn, por Francisco José Viegas

«Desde que entrei para os quadros do Círculo de Leitores, em 1986, a figura de Reinhard Mohn foi, sempre, mais do que uma figura tutelar da companhia. E muito mais do que a do CEO, como hoje imaginamos os CEO e os CFO. Há vinte anos, gerir uma companhia de edição e média implicava muito mais, sempre muito mais, do que a contemplação e as decisões sobre matérias exclusivas de gestão financeira. No caso de Reinhard Mohn, havia a História, e a travessia que lhe associámos sempre, a de um homem que construiu um império com base em duas circunstâncias especiais: a necessidade e a capacidade de inventar. A necessidade, provavelmente, veio primeiro em nome da velha e semi-destruída empresa familiar que Mohn teve de reerguer dos escombros da II Guerra e do nazismo; a capacidade de inventar foi o mais comovente, quando se recorda a maneira como começou a nova Bertelsmann e como se exportou essa ideia, da Alemanha para o resto do mundo, com os clubes do livro transformados em duplo emblema (empresarial, por um lado; de elevada responsabilidade social, por outro). Essa Bertelsmann que conheci há vinte e três anos não tinha ainda atravessado as vicissitudes da crise global dos média, mas recusava-se a parar no tempo, insistia em inventar, em criar, em apoiar os artistas, intelectuais, escritores e editores que trabalhavam consigo. Conhecer esse universo foi uma das mais marcantes experiências da minha vida.» Ler na íntegra aqui.